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Biodegradação e destoxificação do corante têxtil preto reativo 5 pelo basidiomiceto de origem marinha Peniophora sp. CBMAI 1063

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santello, Lara Cavalari
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/243801
Resumo: A indústria têxtil é responsável por grande parte da poluição ambiental devido à quantidade de efluentes têxteis lançados no ambiente aquático. Os corantes reativos, utilizados neste setor, apresentam vantagens no processo industrial por sua cor brilhante, excelente estabilidade e facilidade de aplicação. Entretanto, estes compostos apresentam alta recalcitrância, dificultando os processos de tratamento dos efluentes têxteis. Neste contexto, o uso de fungos basidiomicetos de ambientes marinhos vem demonstrando eficiência na biodegradação destes compostos. Diante disso, o presente estudo tem como objetivo ampliar o conhecimento do processo de degradação, descoloração e destoxificação do corante têxtil preto reativo 5 (PR5) pelo fungo de origem marinha Peniophora sp. CBMAI 1063. O fungo foi cultivado na condição otimizada de descoloração previamente estabelecida (Erlenmeyer contendo 50 mL de meio líquido constituído por 3 g L-1 de extrato de malte, 3 g L-1 de farelo de trigo e 15 mL de água do mar artificial a 1,2% de salinidade e pH 6,25) com a adição de seis indutores (ABTS, álcool veratrílico, cloreto de cálcio, 2,5-Dimethylaniline, seringaldazina e guaiacol) de forma independente para verificação da melhoria na descoloração e destoxificação do PR5. O experimento permaneceu ao abrigo da luz por 7 dias a 28ºC e 140 rpm. A análise de descoloração e da atividade das enzimas lignina peroxidase (LiP), manganês peroxidase (MnP) e lacase (Lac) foram realizadas utilizando o método de espectrofotometria UV/Visível. A análise de fitotoxicidade foi realizada utilizando Cucumis sativus como bioindicador e a análise de toxicidade aguda foi realizada utilizando o equipamento Microtox®500 e a bactéria Aliivibrio fischeri. Os melhores resultados para descoloração (aprox. 94%), foram obtidos no tratamento sem indutor (MOFF) e nos tratamentos com os indutores cloreto de cálcio (CaCl2) e guaiacol (Guai) (aprox. 90% e 71%, respectivamente). Quanto à toxicidade, o tratamento MOFF apresentou a maior taxa de destoxificação, frente aos outros tratamentos e por isso foi escolhido para as próximas análises. Os resultados das cinéticas de descoloração, destoxificação e degradação, revelaram que no terceiro dia houve resultados significativos para a descoloração (aprox. 80%), atividade da lacase (aprox. 250 U L-1) e manganês peroxidase (aprox. 60 U L-1), e destoxificação (aprox.47%). Nas análises de GC-MS foram encontrados metabólitos finais indicativos de degradação do corante PR5, como o ácido hexadecanóico, ácido oxálico e o ácido acético. Esses compostos apresentaram menor peso molecular e menor toxicidade, comparado ao composto original. Os dados derivados da análise transcriptômica dos genes diferencialmente expressos na presença do corante PR5, demonstraram a presença de transcritos relacionados às enzimas ligninolíticas (Lac, MnP e DyP), ao complexo citocromo P450, além de aldo-ceto redutases, aldeídos desidrogenases, glutationa-S-transferases, alfa/beta hidrolases e epóxido hidrolases, os quais possivelmente estão relacionadas ao processo de degradação e destoxificação do corante PR5. Os resultados obtidos no presente estudo, indicam que o fungo basidiomiceto de origem marinha Peniophora sp. CBMAI 1063 é capaz de descolorir, destoxificar e degradar o azocorante PR5 com e sem a adição de indutores, podendo ser um importante recurso microbiano para a biodegradação de compostos poluentes ambientais.