Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Nascimento, Patricia Pereira do |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/153159
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Resumo: |
A hemólise, processo caracterizado pela degradação de eritrócitos senescentes ou defeituosos, pode estabelecer-se de modo fisiopatológico em diferentes doenças. A ruptura do eritrócito com consequente liberação da hemoglobina (Hb) plasmática, desencadeia eventos como hipóxia e a diminuição da biodisponibilidade de óxido nítrico (NO), os quais influenciam no estabelecimento de manifestações clínicas em doenças hemolíticas. Apesar das distintas etiologias, o processo de hemólise está presente tanto entre os eventos fisiopatológicos da anemia falciforme (AF), uma anemia hemolítica caracterizada por hemólise crônica e fenótipos heterogêneos entre os indivíduos; quanto na malária por Plasmodium vivax (P. vivax), uma parasitose que apresenta, durante o ciclo intra-eritrocítico da doença, episódios de hemólise aguda. Assim, nosso objetivo foi avaliar a associação de marcadores bioquímicos e genéticos, envolvidos com as vias hemolíticas e da hipóxia, com o estabelecimento de diferentes perfis etiológicos de hemólise. Para isso, o grupo de estudo foi formado por indivíduos de ambos os gêneros, sendo 300 indivíduos com AF e 119 indivíduos com malária por P. vivax. O perfil hemolítico nesses indivíduos foi estabelecido por meio de parâmetros hematológicos e hemolíticos, comumente utilizados na rotina laboratorial. As relações entre os marcadores de hemólise, e desses com os níveis de hemoglobina plasmática (Hb plasmática), utilizada no estudo como marcador específico de hemólise intravascular, e com a proteína HIF1A, utilizada como marcador de hipóxia, foram também estabelecidas. Os marcadores genéticos foram investigados por meio da a associação entre o SNP rs7203560 do gene NPRL3, a VNTR rs61722009 (4a4b) e o SNP rs1799983 (894G>T) do gene eNOS, com o perfil hemolítico, além da associação do SNP rs11549465 (1772C<T) do gene HIF1A, com o perfil hipóxico. Os resultados mostraram diferentes relações entre os marcadores para cada grupo de estudo. Nos indivíduos com AF, embora os marcadores de hemólise (Ret. Rel, Ret. Abs, LDH, AST e BI) estivessem correlacionados entre si, nenhum deles esteve relacionado com os níveis de Hb plasmática. Correlações positivas foram observadas entre LDH e os outros marcadores, sendo essa, a única enzima relacionada, embora negativamente, com os valores de HIF1A. Nos indivíduos com malária, os marcadores hemolíticos (AST e BI) não estiveram correlacionados entre si, mas sim com a Hb plasmática, sugerindo maior influência da hemólise intravascular no perfil hemolítico dos indivíduos com malária do nosso grupo de estudo. Quanto as mutações investigadas como marcadores genéticos, apenas o SNP rs1799983 (894G>T) do gene eNOS apresentou maior frequência genotípica e alélica, sendo o alelo (T) assim como o genótipo homozigoto mutante (TT), mais frequente entre os indivíduos com AF. Esse SNP também esteve relacionado com o perfil hemolítico em ambos os grupos de estudo, uma vez que os indivíduos com AF e malária, com genótipos GG e GT, apresentaram aproximadamente 1,3 vezes mais Hb plasmática. A mutação VNTR rs61722009 (4a4b), também do gene eNOS, esteve relacionada com o perfil hemolítico apenas nos indivíduos com AF, sendo níveis de Hb plasmática 1,2 vezes menores no grupo de indivíduos com genótipos homozigoto mutante (4b4b). Assim, as diferentes relações dos marcadores bioquímicos e genéticos, com o perfil hemolítico e hipóxico dos indivíduos com AF e malária por P. vivax, evidenciam que as diferentes etiologias hemolíticas das doenças, devem ser consideradas para a caracterização do processo de hemólise. Por fim, os marcadores bioquímicos laboratoriais de hemólise, comumente adotados na rotina laboratorial para a caracterização do perfil hemolítico desses indivíduos, demonstraram ser importante biomarcadores para essas doenças. |