Escolarização da criança com TEA a partir do uso do alfabeto móvel organizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Paiva, Maria Aparecida Ferreira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191239
Resumo: Esta pesquisa teve como objetivo geral, a partir do conhecimento das necessidades das crianças com Transtorno do Espectro Autista - TEA – no processo de escolarização na última etapa da Educação Infantil, produzir um material pedagógico, propor seu uso em sala regular e avaliar os resultados práticos obtidos. Pretendeu-se desenvolver habilidades e competências que serão aprofundadas no Ensino Fundamental, mediante realização de atividades de reflexão sobre o funcionamento do sistema alfabético de escrita com uso do Alfabeto Móvel Organizado - AMO. Este configura-se como produto desta dissertação, embasado teoricamente no TEACCH e nas contribuições Montessorianas, buscando prepará-las para vivenciar a transição da Educação Infantil ao Ensino Fundamental. A pesquisa foi realizada em uma Creche Escola Municipal de Educação Infantil, de uma cidade do interior paulista com três turmas de Etapa II que tinham inseridas crianças diagnosticadas com TEA. Trata-se de uma pesquisa participante de cunho descritiva com abordagem qualitativa. Participaram quatro professoras, três da sala regular e uma da Sala de Recursos Multifuncionais (e pesquisadora), dois funcionários e cinquenta crianças com idade entre quatro anos e meio e cinco anos e onze meses, dentre elas, quatro diagnosticadas com TEA. Para coleta de dados foi aplicado, aos professores, dois questionários, um antes do uso do material pedagógico e outro após; um questionário aos auxiliares de desenvolvimento infantil – ADIs e, aplicadas quatro oficinas com atividades de escrita, sendo elas filmadas, fotografadas e registradas em diário de campo. Utilizou-se a análise de conteúdo de Bardin, levantando possíveis intervenções à luz da abordagem construtivista. Os resultados advindos do questionário inicial aplicado com as professoras revelaram: insegurança de uma e preparação das outras ao trabalhar com a criança com TEA; o reconhecimento de teoria e prática caminharem concomitantemente para melhoria do trabalho docente; de maior aprofundamento das concepções envolvidas nas adaptações/adequações às crianças PAEE, postas pelas legislações, documentos legais e literaturas atuais e, que concebem que a utilização de materiais concretos pode favorecer a aprendizagem da criança com TEA. Os resultados ainda indicaram que com a efetivação de algumas estratégias o vínculo entre escola, família e criança com TEA pode ser concretizado contribuindo para permanência desta criança na sala regular e sua adaptação ao novo cenário educacional e, que o uso do AMO, iniciando-se na Educação Infantil, configura-se como recurso pedagógico altamente favorável à manipulação infantil, ao despertar do interesse pela linguagem escrita, ao enriquecimento das atividades de reflexão sobre o sistema alfabético de escrita, à otimização do tempo didático, à interação entre os pares e à forma de se fazer adaptações/adequações curriculares. O AMO permitiu à criança, com ou sem TEA, mostrar seus saberes; apresentou-se como material pedagógico enriquecedor à escolarização da criança com TEA, ao explorar peculiaridades do transtorno e maximizá-las em prol de uma aprendizagem mais efetiva, que se coaduna com as intervenções pedagógicas colocadas em prática.