Construções além de sob a perspectiva discursivo-funcional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Dias-Félix, Ana Paula de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/180234
Resumo: Este estudo trata das construções além de no português, codificadas na forma oracional e sintagmática, a fim de estabelecer um panorama do uso desse tipo de estrutura na língua portuguesa. Para tanto, baseia-se no aparato teórico da Gramática Discursivo-Funcional, de Hengeveld e Mackenzie (2008), um modelo de organização descendente que toma como guia as intenções do falante na estruturação dos enunciados durante as situações de interação. Como universo de investigação, foram selecionadas ocorrências de três fontes distintas: o córpus Português Oral, que traz amostragens do português falado em Portugal, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Leste; o projeto “Córpus do Português”, formado a partir de páginas da internet do Brasil, Portugal, Angola e Moçambique e, por último, a rede social Twitter. Os resultados mostram que as construções além de desempenham duas funções, uma de natureza interpessoal, aqui denominada Função Retórica Suporte, e outra, de natureza representacional, denominada Função Semântica Doxástico. A Função Retórica Suporte corresponde a um Ato Discursivo Subsidiário, que se relaciona ao Ato Discursivo Nuclear, e é morfossintaticamente codificada ocupando posição anterior ao núcleo. A Função Semântica Doxástico, por sua vez, constitui um modificador de um Conteúdo Proposicional e compõe com seu núcleo um único Ato Discursivo, posicionando-se depois do seu núcleo. Verifica-se também que os constituintes da construção além de podem estabelecer entre si uma relação morfossintática de Subordinação ou Cossubordinação, nos casos oracionais, e de Extraoracionalidade, nos casos sintagmáticos, o que varia a depender da Função Retórica ou Semântica desempenhada por eles. Além disso, a análise mostra que construções além de podem ser encabeçadas pela preposição para, introduzida no nível Representacional, que apenas reforça o valor alativo de além e em nada altera as demais propriedades das construções. Essas propriedades interpessoais e semânticas desencadeiam codificação fonológica distinta para essas duas construções: estruturas com Função Retórica Suporte são constituídas de duas Frases Entonacionais, uma para o ato nuclear e outra para o subsidiário, enquanto construções com Função Semântica Doxástico constituem ambos, núcleo e modificador, uma única Frase Entonacional.