Análise de concordância entre enterotomografia, exames endoscópicos e a cirurgia na Doença de Crohn

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Renosto, Fernanda Lofiego
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/234848
Resumo: Introdução: Doença de Crohn (DC) é uma doença inflamatória crônica, de etiologia multifatorial caracterizada por processo inflamatório persistente ou recidivante no trato gastrointestinal. A doença pode evoluir com complicações como estenoses, abscessos e fístulas que comprometem sobremaneira a qualidade de vida de seus portadores. A enterotomografia (entero-TC) é uma técnica de alta resolução que permite avaliar atividade inflamatória em cada segmento intestinal sem sobreposição de alças além da presença de complicações. Apesar de ser muito utilizada na abordagem do paciente com DC, nem sempre há concordância entre os achados radiológicos, a atividade clínica e os achados cirúrgicos. Portanto, os objetivos do presente estudo é avaliar a concordância entre os achados da entero- TC e a atividade da doença, os achados endoscópicos e cirúrgicos nos pacientes com DC e avaliar associação entre as características clínicas dos pacientes com a presença de complicações e atividade da doença visualizada com a entero-TC. Métodos: Realizado estudo observacional de corte transversal. Foram selecionados pacientes com DC atendidos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu submetidos a entero-TC para avaliação do processo inflamatório (sinal do pente) ou presença de complicações como estenose, dilatação, abscesso ou fístula. Os critérios radiológicos de avaliação da atividade inflamatória foram divididos em fase aguda e crônica. Fase aguda compreendeu espessamento parietal, realce estratificado da parede, densificação/obliteração de planos adiposos mesentéricos, presença de úlceras, fístulas e coleções e linfonodos mesentéricos. Fase crônica compreendeu realce homogêneo, proliferação adiposa mesentérica, estenoses fixas/dilatação a montante. Foram avaliados a presença de atividade inflamatória e complicações nos exames endoscópicos e na cirurgia dos pacientes que tinham esses dados. Análise Estatística: descritiva, testes de associação (p<0,05) e teste de coeficiente de concordância (Kappa). Resultados: Foram avaliados 105 pacientes, idade média de 41,61 ±15,33 anos e 56 (53,33%) mulheres. Presença de estenose na entero-TC foi associada com uso de infliximabe (p=0,0262), e uso de nenhuma medicação (p=0,0482). Houve associação entre estenose e fase aguda (p=0,0030) e fase crônica (p=0,0004) da doença. A presença do abscesso foi associada com PCR aumentado (p=0,0205), atividade clínica (p<,0001), fase aguda (p=0,0396) e fase crônica da doença (p=0,0398). O sinal do Resumo 3 pente foi associado com albumina alterada (p=0,0323) e fase aguda da doença (p=0,0003). Houve associação entre a presença de fístula e a atividade clínica da doença (p=0,0029), uso do adalimumabe (p= 0,0431), uso de antibiótico (p=0,0122) e fase aguda da doença (p=0,0047). Dilatação foi associada com a fase crônica (p<,0001). Não houve concordância entre a presença de complicações da DC e os exames de entero-TC, endoscopia e colonoscopia e não houve concordância entre os achados da cirurgia e endoscopia com as fases aguda e crônica da entero- TC. Conclusões: Não houve concordância entre os achados da entero-TC e achados endoscópicos e cirúrgicos nos pacientes com DC.