Entre os muros e grades da prisão: o trabalho do professor que atua nas 'celas' de aula

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: José, Gesilane de Oliveira Maciel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/182025
Resumo: Esta tese está vinculada a Linha de Pesquisa Políticas Públicas, Organização Escolar e Formação de Professores. Tem como objetivo investigar como ocorre o processo de trabalho e as condições sociais e materiais do docente que atua em escolas inseridas em prisões. Para alcançar o objetivo proposto, foram estabelecidos cinco eixos de análise, quais sejam: (i) investigar como se configuram o sistema prisional e o tratamento penal balizado pelos direitos humanos; (ii) analisar os principais documentos direcionados às políticas internacionais e nacionais a respeito da educação em prisões; (iii) identificar como se organiza a escola que atende unidades prisionais e as condições materiais e físicas para o desenvolvimento das atividades; (iv) analisar a função do professor e suas relações contratuais de trabalho; e, (v) avaliar o processo de formação docente que leciona para pessoas privadas de liberdade. Como lócus da pesquisa, delimitou-se o estado de Mato Grosso do Sul, com docentes que atuam com a educação de jovens e adultos em unidades prisionais de diferentes municípios. Trata-se de uma pesquisa qualitativa com abordagem investigativa, realizada por meio de entrevistas narrativas. Optou-se por essa metodologia visto que é um dispositivo que potencializa a compreensão das trajetórias pessoais e profissionais estabelecidas no interior do cárcere. O estudo mobiliza pistas de que o trabalho do educador desenvolvido no interior de estabelecimentos penais realiza-se em condições frágeis e inadequadas, tanto nos aspectos de formação, como na ampliação da jornada de trabalho sem o reconhecimento formal e a devida valorização do professor. Tais condições geram, por consequência, sensação de insegurança profissional e falta de perspectiva de ascensão na carreira. Assim, a pesquisa demonstra que a qualidade do trabalho pedagógico, depende, quase que exclusivamente, do interesse e compromisso político e social do professor. Este fato pode impedir que o profissional desempenhe plenamente seu papel, de modo a contribuir com a promoção de uma educação que atenda as necessidades formativas do estudante. Faz-se necessária, portanto, a implementação de políticas de formação adequadas e contextualizadas com a realidade do sistema prisional e dos alunos privados de liberdade, amparadas, sobretudo, por princípios democráticos, éticos e políticos, desatados do regulamento da lógica do capital e a favor da autonomia intelectual do professor.