Avaliação da atividade larvicida da microbiota intestinal cultivável de mosquitos Aedes spp.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Porto, Mariana Cristina de Freitas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204969
Resumo: Mosquitos são grandes responsáveis por sérios problemas de saúde pública no mundo e transmissores de diversas arboviroses. Até o momento, não existem vacinas ou medicamentos eficazes disponíveis contra essas arboviroses, dessa maneira, o controle vetorial ainda é a principal estratégia de intervenção para reduzir a disseminação dos principais arbovírus urbanos transmitidos pelos mosquitos do gênero Aedes. No entanto, a eliminação dos mosquitos tornou-se muito desafiadora no ambiente urbano moderno, onde a crescente ocorrência de resistência a inseticidas tornou o uso de tais compostos químicos cada vez menos eficazes. Neste contexto, o desenvolvimento de novos produtos é extremamente necessário. Recentemente, a microbiota intestinal do mosquito provou ser um ótimo recurso utilizando bactérias com atividades antivirais e entomopatogênicas. O objetivo deste trabalho foi identificar e analisar a atividade larvicida de bactérias cultiváveis isoladas da microbiota intestinal de mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus coletados em Avaré e Botucatu/SP. As bactérias isoladas do intestino do mosquito foram purificadas em meios seletivos e foram realizadas extrações de DNA e a identificação foi realizada a partir da amplificação e sequenciamento do fragmento do rDNA 16S. Posteriormente, avaliou-se a ação larvicida das bactérias que foram identificadas e isoladas sobre larvas do segundo estágio de Ae. aegypti (Rockefeller), em condições de laboratório. Os bioensaios foram preparados com dez larvas, em triplicata, colocadas em placas de seis poços, contendo os pellets de cultura bacteriana resuspendida em 5ml de PBS 1X e o controle negativo contendo 5ml de PBS 1X. As suspensões bacterianas foram ajustadas para DO600= 1.0. Os bioensaios foram mantidos no insetário à temperatura de 28°C, umidade relativa de 80 ± 5% e fotoperíodo de 12 horas. Os resultados do bioensaio larvicida foram registrados diariamente após a inoculação do meio bacteriano nos poços contendo as larvas por quatro dias. Foram identificadas 26 diferentes espécies de bactérias de 10 gêneros. Os gêneros Bacillus (30,76%) e Chryseobacterium (15,38%) apresentaram a maior porcentagem dos isolados obtidos. Nossas análises revelaram que três isolados bacterianos, Bacillus sp. (1C1-1), Chryseobacterium cucumeris (27D12) e Chryseobacterium indologenes (POOL 4D), apresentaram elevada atividade na mortalidade nas larvas de Ae. aegypti (Rockfeller), sendo 70%, 80% e 90% , respectivamente após 96 horas. Essas bactérias por apresentarem mais de 50% de mortalidade em 96 horas foram utilizadas em bioensaios para estimar as doses letais (DL50) contra larvas de segundo estágio de Ae. aegypti. Considerando as avaliações nos intervados de 24, 48, 72 e 96 horas, verificou-se que o isolado Chryseobacterium indologenes (POOL 4D) obteve maior toxicidade, para os quais foram obtidos os menores valores de DL50 nos quatro intervalos de leitura. Nossos resultados demonstram que o uso dessas bactérias podem ser uma alternativa viável no controle dos vetores futuramente.