Avaliação biótica e abiótica de um "wetland" em efluente de ranicultura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Peres, Lorena Regina da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/152783
Resumo: Na maioria dos sistemas de criação de organismos aquáticos as descargas de efluentes ocorrem sem tratamento prévio nos mananciais naturais ou em tanques e/ou viveiros de fluxo contínuo de água, acarretando mudanças na biota aquática destes corpos receptores. Logo, estes sistemas são considerados um grande fator de impacto negativo para o meio ambiente, principalmente o setor de ranicultura do CAUNESP, que lança seus resíduos diariamente sem nenhum tratamento no efluente que deságua nos viveiros de piscicultura causando problemas de degradação da água, com aumento principalmente de nitrogênio e fósforo. O objetivo deste estudo foi avaliar as condições limnológicas, presença de coliformes termotolerantes e conhecer a comunidade fitoplanctônica em um “wetland” localizado no efluente do setor de ranicultura do CAUNESP/UNESP (Jaboticabal – SP) em três períodos distintos da criação de rãs, correspondendo o período I com 2.400 animais; o período II com 40.000 girinos e o período III contendo 3.750 animais em diferentes fases de desenvolvimento. Esta avaliação foi embasada em informações ecológicas a respeito dos efeitos das plantas aquáticas como retentoras da carga orgânica e inorgânica proveniente do setor de ranicultura como também, do acúmulo de nutrientes no sedimento e ganho de biomassa da macrófita utilizada Eichhornia crassipes. Através dos resultados obtidos foi observado que as variáveis amônia, clorofila a, alcalinidade, condutividade, fósforo total, sólidos totais, demanda química do oxigênio, coliformes termotolerantes e oxigênio dissolvido estiveram associadas com o período I, a qual caracterizou o parâmetro de qualidade de água, com maior capacidade de eutrofização. As maiores taxas de eficiência de remoção ocorreram para os períodos I e II consequência do menor fluxo hidráulico e maior tempo de retenção. O sedimento e as plantas também foram eficientes como acumuladores de nutrientes e matéria orgância. Para o fitoplâncton elevada riqueza e diversidade de espécies fitoplanctônicas foram observadas no período II influenciadas pelo manejo empregado na ranicultura, menor fluxo hidráulico e biomassa de E crassipes. O maior fluxo hidráulico do período III afetou drasticamente a comunidade fitoplanctônica, com dimuição na densidade, diversidade e riqueza de espécies. O manejo empregado na ranicultura, o fluxo hidráulico e a presença da macrófica aquática E. crassipes interferiram de forma significativa na dinâmica da comunidade fitoplanctônica. Portanto a contribuição desta pesquisa ressalta a importância sobre estudos que visem a aplicacabilidade de tecnologias que envolvam o uso de tratamento natural e de baixo custo (“wetland”) em uma região de clima subtropical, como também a empregabilidade de um manejo adequado minimizando os impactos negativos provocados pelas descargas de matéria orgânica e inorgânica provenientes do setor de ranicultura.