Potencial de ácaros predadores Phytoseiidae no controle do ácaro-rajado, Tetranychus urticae (Tetranychidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Perressim, Lilian Carolina de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/242585
Resumo: O ácaro-rajado, Tetranychus urticae Koch, é conhecido por ser uma praga de muitas culturas de importância econômica, como cultivos extensivos de soja e algodão. O controle biológico com ácaros predadores Phytoseiidae (Mesostigmata) é um dos métodos utilizados para o controle dessa praga em várias partes do mundo, sendo muitas espécies comercializadas, como Neoseiulus californicus (McGregor). No entanto, existe a necessidade da prospecção e possível utilização aplicada de outras espécies de ácaros predadores com potencial de controle essa praga, principalmente em cultivos extensivos. Neoseiulus anonymus (Chant & Baker) é outra espécie de ácaro predador, frequentemente encontrada em cultivos extensivos, como a soja, associadas a ácaros tetraníquideos. Euseius concordis (Chant) é uma espécie de fitoseídeo comumente encontrada no Brasil e em outros países americanos, em que o pólen constitui uma parte importante da dieta. A ocorrência natural ou o uso aplicado desses ácaros predadores geralmente ocorre em áreas com aplicação de diferentes produtos químicos e alguns desses produtos podem afetar o seu desenvolvimento. Sendo assim, visando a utilização de ácaros predadores no controle biológico aplicado do ácaro rajado, o objetivo deste estudo foi avaliar os níveis de preferência alimentar, oviposição e predação dos fitoseídeos N. anonymus, N. californicus e E. concordis, quando alimentados com T. urticae ou pólen de mamona (Ricinus communis L.). Além disso, avaliar o efeito de cinco produtos químicos comumente utilizados em cultivos de soja e algodão em adultos de N. californicus, nas doses recomendadas e em subdoses. As avaliações de preferência alimentar consistiram em contar o número de indivíduos de cada espécie de predador encontrados em cada folíolo com as diferentes fontes de alimento (ovos de T. urticae, pólen de mamona ou sem alimento) em laboratório. A proporção total de indivíduos de N. anonymus ou N. californicus em folhas com ovos de T. urticae foi sempre muito maior comparado as folhas sem alimento. ou com pólen de mamona. Em relação a E. concordis, foi observada uma proporção muito maior de indivíduos em folhas com pólen de mamona do que nas folhas sem alimento ou com ovos de T. urticae. Nos testes de oviposição e predação foi observado o número de ovos colocados pelos predadores e o número de larvas de T. urticae predados, em um período de 11 dias. As espécies N. anonymus e N. californicus predaram um número maior de larvas de T. urticae, além de apresentarem uma maior oviposição, quando comparado com a predação de E. concordis. Quando oferecido pólen de mamona como alimento, o inverso foi observado, com uma maior oviposição diária de E. concordis do que N. anonymus e N. californicus. Cinco formulações comerciais de produtos fitossanitários registrados para as culturas da soja e/ou algodão foram utilizadas, nas seguintes doses recomendadas (em parênteses): Plinazolin (80 ml/ha), Etiprole (750 ml/ha), Profenofós+Cipermetrina (1000 ml/ha), Tiametoxam+Lambda-Cialotrina (250 ml/ha), e Malationa (1000 ml/ha), além de um controle, com aplicação apenas de água. Para cada um dos tratamentos, além da dose recomendada, também foram testadas quatro sub-doses, correspondendo a 50, 25, 12,5 e 6,25% da dose recomendada. As aplicações foram realizadas em Torre de Potter ajustada para deposição de 1,8 ± 0,1 mg.cm2. As avaliações foram feitas 12, 24, 48 e 72 horas depois da aplicação, para determinar o número de ácaros mortos. Todas as doses de todos os produtos avaliados causaram alta mortalidade de N. californicus. Diferenças entre os produtos não foram observadas nas avaliações realizadas 24, 48 e 72 horas após a aplicação, sendo a mortalidade sempre maior que 90%. A utilização de fitoseídeos como essa população de N. californicus, que se mostrou muito sensível a diferentes produtos químicos, pode não ser interessante em programas de manejo de T. urticae em cultivos de soja e algodão, em que produtos químicos são muito utilizados. Além disso, os resultados obtidos para N. anonymus no potencial de predação do ácaro rajado no presente estudo foram muito próximos ao de N. californicus, que já é uma espécie comercializada para o controle dessa praga, sugerindo a conveniência em considerar N. anonymus para o possível uso no controle de T. urticae no Brasil.