De l’histoire de l’histoire: o passado dos estudos históricos na França (1810-1933)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Rudi, Thiago Augusto Modesto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/183432
Resumo: A presente tese narra a história de um passado. Ela conta a história de um problemático passado para o saber histórico moderno: o passado dos estudos históricos. O recorte por ela abrangido é, por conseguinte, mais específico, pois trata-se aqui de dotar de historicidade o passado dos estudos históricos na França, entre o início do século XIX e o início do século XX. A partir do objetivo de descrever como esse passado se tornou um problema para o saber histórico e de que modo(s) ele foi problematizado, este trabalho reflete a respeito das seguintes questões: com quais marcos e marcas esse problema foi construído, discutido, (re)disposto e (trans)formado? Quais outras questões se relacionaram, agregaram-se e dispersaram-se quando se discutia o passado dos estudos históricos na França? Como e quais períodos, marcos e recortes foram propostos, instituídos e vetados para ele? Para estudar essas questões, este trabalho se baseou em um corpus formado por um conjunto de escritos que discutiam e narravam o passado dos estudos históricos na França daquele período. A partir deste estudo, tornou-se possível, por meio de uma démarche regressiva, compreender como, na virada do século XIX para o XX, houve a emergência de um problema – e de um modo de problematizar o passado dos estudos históricos – chamado de l’histoire de l’histoire (história da história). Se naquele momento, e até mesmo antes, podem ser encontrados muitos escritos preocupados em construir marcos e divisões para o passado dos estudos históricos (sobretudo para o passado oitocentista da França), foi especificamente no final do Oitocentos que escritos sobre a história passaram a colocar em questão as definições, os marcos, as utilidades e os precedentes dessa atitude que historicizava a história. Após esse primeiro momento, a tese continua a estudar esses modos de se relacionar com o passado da historiografia e analisa, sobretudo, a regularidade da pergunta “como se escreve a história?” e algumas funções que ela desempenhou em meados e no início do Oitocentos. Desse modo, o estudo desse conjunto de textos possibilitou não apenas que a histoire de l’histoire fosse desnaturalizada, mas também que outros relacionamentos com o passado dos estudos históricos fossem dotados de historicidade. No campo mesmo de suas disputas pela definição dos rumos do passado dos estudos históricos, em suas relações de apreensão e de aprendizado com o passado da historiografia, foi construída uma imagem que buscava particularizar e desvelar a essência dos estudos históricos franceses oitocentistas em torno da arte, da filosofia e da crítica. Pôde-se, enfim, narrar os complexos relacionamentos com um dos problemas fundamentais para a constituição do século XIX enquanto “século da história”.