Diversidade de fungos de solos antárticos e prospecção de enzimas ligninolíticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Wentzel, Lia Costa Pinto [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/150952
Resumo: O estudo de ambientes extremos, como o antártico, pode resultar na descoberta de novos micro-organismos e novos produtos naturais de origem microbiana, visto que ainda pouco se sabe sobre a diversidade e os recursos genéticos presentes nesses locais. Estudos anteriores de prospecção microbiana antártica têm demonstrado que estes organismos representam um nicho potencial de descoberta de novas enzimas, as quais podem apresentar propriedades de interesse em diversos setores de importância sócio-econômica. Nesse contexto, este projeto teve como objetivos avaliar as comunidades de fungos presentes em diferentes amostras de solos antárticos e solos associados às raízes de Colobanthus quitensis e Deschampsia antarctica, as duas únicas plantas vasculares que ocorrem na Antártica marítima, bem como selecionar novos recursos genéticos produtores de enzimas ligninolíticas. Foram obtidos das seis amostras estudadas, 891 isolados de fungos nas duas temperaturas de incubação utilizadas (5ºC e 15 ºC), sendo 141 provenientes de solos e 750 provenientes de solos associados às raízes das duas plantas. Do total, 399 foram leveduras e 492 foram fungos filamentosos. O maior número de isolados foi obtido a partir de uma amostra de solo associado à raiz de C. quitensis. Do total de micro-organismos, 35 apresentaram potencial para a produção de lacase, e 3 apresentaram atividade enzimática ≥ 1 U L-1 para a enzima lignina peroxidase. Os resultados revelaram a presença de 39 diferentes taxa, com representantes dos filos Ascomycota, Basidiomycota e “Zygomycota”, sendo os gêneros mais frequentes Pseudogymnoascus e Leucosporidium. As amostras de solo associado às raízes das duas plantas apresentaram alta riqueza de espécies e alta diversidade em comparação com as amostras de solo, e a diversidade beta da região estudada foi alta, dado que diferentes locais apresentaram um menor compartilhamento de espécies. A composição das comunidades microbianas foi fortemente influenciada por seus locais de coleta. Fatores como a textura do solo e teor de carbono parecem ter influência na composição das comunidades. A temperatura foi um fator significante na composição das comunidades microbianas, com um maior número de isolados e de diferentes taxa obtidos a 15 ºC e a presença de cobertura vegetal no solo pareceu influenciar na diversidade observada. O presente projeto permitiu a ampliação do conhecimento da diversidade de fungos que habitam o ecossistema antártico, bem como possibilitou a obtenção de fungos provavelmente desconhecidos pela ciência (novas espécies e/ou gêneros), além de ter propiciado o isolamento de fungos produtores de enzimas ligninolíticas a baixas temperaturas.