Biologia reprodutiva do camarão Processa hemphilli Manning & Chace, 1971 (Caridea: Processidae) na enseada de Ubatuba, SP, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Talamonte, Natália Bosco
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192581
Resumo: O crescimento relativo, a maturidade sexual morfológica e funcional, a fecundidade, o investimento reprodutivo e a razão sexual de Processa hemphilli foram investigados. Testou-se também, a relação de tais aspectos reprodutivos com fatores abióticos como temperatura e salinidade da água de fundo, teor de matéria orgânica e phi. Os camarões foram coletados sazonalmente, do outono de 2016 até o outono de 2019 na Enseada de Ubatuba, litoral norte paulista, por meio de arrastos com uma rede “mini ottertrawl”. Para analisar os fatores abióticos, a água de fundo foi coletada através de uma garrafa de Van Dorn e o sedimento, com um pegador de Van Veen. Os indivíduos foram identificados quanto ao sexo e para as análises do crescimento relativo as seguintes estruturas foram mensuradas (mm): comprimento da carapaça (CC), comprimento do própodo (Pp), carpo (Cp) e mero (Mp) do primeiro (1) e do segundo (2) par de pereópodos, largura da segunda pleura abdominal (2Pl), comprimento do apêndice interno (AI) nos machos e fêmeas, e quanto ao comprimento do apêndice masculino (AM) nos machos. As relações que melhor evidenciaram mudanças na taxa de crescimento entre jovens e adultos, apontando a maturidade sexual morfológica foram: CC x Cp2 nos machos CC x 2Pl nas fêmeas, com maturidade sexual estimada em 3,2 e 3,6 mm CC para machos e fêmeas respectivamente. A maturidade sexual funcional encontrada foi de 3,3 mm CC. A fecundidade média estimada foi de 256,22 ± 134,62 com correlação positiva entre o número de ovos e o comprimento da carapaça, apontando um aumento proporcional entre o número de ovos com o tamanho das fêmeas. Em média, o investimento reprodutivo foi de 52,43% ± 20,20% e não houve diferença significativa no IR entre as estações. Não houve diferença significativa na razão sexual (M:F), porém, houve predominância significativa de machos nas menores classes de tamanho. Tal fato, provavelmente está relacionado ao sistema de acasalamento “pura busca”, no qual os menores machos são beneficiados por serem mais ágeis na busca por fêmeas receptivas e também à hipótese de r-estrategismo, na qual fêmeas maiores seriam beneficiadas por conseguirem incubar um maior número de ovos. Não houve correlação entre os fatores ambientais e a abundância dos indivíduos, tanto machos quanto fêmeas ovígeras e não ovígeras, nem com fecundidade. Todas as informações aqui contidas são de grande importância pois fornecem as primeiras informações biológicas sobre a história de vida de P. hemphilli.