Capital financeiro e land grabbing: o uso das técnicas da informação para a captura da renda da terra

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Saweljew, Yuri Martenauer [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191350
Resumo: Nos momentos de forte expansão financeira da geografia histórica do capitalismo, como no atual período da globalização, a lógica financeira, ao se autonomizar diante das sociedades e da economia real, impõe suas normas de rentabilidade às empresas e ao território. Desse modo, para a compreensão da relação entre o atual fenômeno de financeirização da economia e o uso agrícola do território brasileiro, analisamos como as técnicas da informação permitem a captura da renda fundiária a partir da atuação da empresa SLC Agrícola. Portanto, a partir dos trabalhos de campo realizados no Piauí, no Maranhão e na Bahia, nos quais realizamos entrevistas semiestruturadas, com camponeses, representantes do Estado e visitas às fazendas de empresa agrícolas, e a realização de uma revisão bibliográfica sobre a temática, além de levantamento e análise de dados secundários, esta dissertação buscou responder a algumas questões: como o IPO das empresas agrícolas, em particular, da SLC Agrícola resultou em novos usos do território pela empresa? De que forma uma empresa agrícola de capital aberto busca transformar a terra em ativo financeiro? Como as técnicas da informação são utilizadas para a captura de renda da terra? Como a SLC Agrícola gera valor aos acionistas por meio da precificação do seu portfólio de terras? Quais são os impactos territoriais do atual fenômeno de land grabbing? Por meio dessas questões, revelou-se que a articulação das empresas agrícolas com o capital financeiro, aliado ao uso das técnicas da informação, impõe um novo ritmo de produção agrícola e, consequentemente, um novo ritmo de expansão no território, capaz de promover consequências territoriais, como a expropriação de comunidades tradicionais e diversos problemas ambientais.