Faustino Xavier de Novais e as conexões entre Portugal, França e Brasil nas páginas d’ O Futuro (1862-1863)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Oliveira, Aline Cristina de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/150543
Resumo: Esta tese apresenta um estudo que busca contribuir, de forma ampla, com os estudos culturais e, estritamente, intenta fortalecer e instigar a pesquisa acerca dos periódicos que circularam no século XIX e que foram responsáveis por guardar um legado cultural que, na contemporaneidade, tem muito a oferecer para a compreensão de nosso passado como fator decisivo para o que existe no presente. Primeiramente, propõe-se empreender uma discussão sobre as teorias que contemplam as trocas culturais transcontinentais, sobretudo aquelas ocorridas no século XIX, quando a globalização da cultura se expandiu sobremaneira por força do alargamento das tecnologias que facilitaram as viagens marítimas, bem como ampliaram os meios de comunicação, sendo o jornal o veículo difusor de informação e conhecimento que melhor se aclimatou a essa nova conjuntura social. Dessa forma, pensar as transferências culturais é também traçar um tripé que atrela, via de regra, as práticas da imigração, do jornalismo periódico e os agentes mediadores dessas trocas. Nessa perspectiva, são duas as ambições desse trabalho, sendo a primeira a de fornecer comprovações da atuação do poeta português Faustino Xavier de Novais como um importante e profícuo passeur culturel da cultura luso-brasileira no oitocentos, quer seja em seu país de origem, quer seja no Brasil, para onde ele imigrou em 1858 e assim retirá-lo da sombra de seus renomados amigos, na qual jazeu até pouco tempo. Para tanto, pretende-se investigar minuciosamente a vida de operário das letras desse mediador cultural, resgatando de vários periódicos da época informações sobre sua carreira como poeta, jornalista e homem de letras, detentor de uma percepção aguçada, porém ingênua, acerca dos impressos e da imprensa periodística de seu tempo. O segundo propósito dessa empreitada visa ao reconhecimento do projeto periódico e literário fundado por Faustino, em 1862, como um documento que guarda valiosas práticas de transferências culturais impressas não apenas entre Portugal e Brasil, como sugeria seu título: O Futuro; periódico literário luso-brasileiro, mas que se revelou profícuo também na exploração da presença francesa em todas as esferas da sociedade brasileira durante o século XIX. A despeito da informação contida no título, a pesquisa procura evidenciar que a aceitação da França como arquétipo “civilizatório” inviabilizou o plano nacionalista de Faustino, uma vez que as mais de quinhentas páginas do periódico manifestam, em princípio, um repúdio ao influxo do país de Victor Hugo, mas acabam cedendo, sutil e progressivamente, espaço para que essa presença seja percebida, ora de forma metafórica, ora de forma ostensiva.