Gramaticalização e (inter)subjetivização na modalização em português: um estudo de pode ser

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Carrascossi, Cibele Naidhig de Souza [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/103578
Resumo: Neste trabalho, investiga-se a expressão modalizadora pode ser em dois contextos sintáticos distintos: a) como predicado encaixador de proposição (pode ser1); b) como construção independente (pode ser2). Nesses contextos, o verbo modal constitui, com a forma infinitiva, uma fórmula fixa, rotinizada, com alta produtividade no nível discursivo. Assim, sob base teórica funcionalista (DIK, 1997a, 1997b), busca-se descrever a atuação de pode ser nos níveis semântico, sintático e pragmático. Para tanto, o corpus utilizado é composto por textos contemporâneos do português brasileiro, de escrita e de fala. Investigam-se os processos subjacentes à multiplicidade de usos da construção, avaliando-se a hipótese de gramaticalização (HEINE et al., 1991b; TRAUGOTT; HEINE, 1991; HOPPER; TRAUGOTT, 1993, entre outros) e de (inter)subjetivização (TRAUGOTT, 1989, 1995a, 2010, entre outros; TRAUGOTT; DASHER, 2002). A pesquisa revela que há encaminhamentos condizentes com a gramaticalização, mas que não podem ser tomados como definitivos em relação à identificação do processo. As propriedades modalizadoras da construção são exploradas. Pode ser1 apresenta-se como uma forma consolidada de avaliação epistêmica, enquanto pode ser2 não se restringe a esse domínio modal e ambos os usos podem manifestar diferentes direções de modalização: orientada para o falante (marcada pela subjetividade) e orientada para o ouvinte (marcada pela intersubjetividade). O exame das características semânticas e discursivas das ocorrências aponta para um desenvolvimento próprio de (inter)subjetivização. Observa-se, com isso, que a operação da construção desliza da sintaxe (pode ser1) para o discurso (pode ser2). Como predicado matriz, pode ser1 indexa posicionamento epistêmico do enunciador em relação ao...