A estetização da experiência falhada em três narrativas de Thomas Bernhard: O náufrago, Árvores abatidas e Extinção

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santos, José Lucas Zaffani dos [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/194029
Resumo: O objetivo desta tese é identificar, no percurso do narrador de três romances do escritor austríaco Thomas Bernhard, a saber, O náufrago, Árvores abatidas e Extinção, um processo de formação (Bildung) em direção à falha. Para tanto, recorreremos ao conceito “romance de formação” (Bildungsroman), termo já cristalizado na história literária como a narração de um processo formativo em direção ao equilíbrio entre indivíduo e mundo exterior. Fundamental para essa referência ao romance de formação nas obras de Bernhard aqui analisadas é a compreensão do romance de formação como um conceito literário ampliado, cujo alcance comporta até mesmo a subversão de seus pressupostos. A ideia de falha aparece aqui como um desdobramento da categoria de indivíduo problemático apresentada pelo teórico Georg Lukács, noção fundamental para o gênero romanesco. Os narradores do corpus selecionado apresentam-se como indivíduos que fracassaram ao executar os propósitos que planejaram na juventude. A partir de um acontecimento de morte, esses narradores recorrem à escrita como forma de refletir sobre seus fracassos. Em seus textos, os narradores enfatizam sua formação artística como um processo que lhes garantiria atingir seus objetivos. No entanto, esses indivíduos fracassaram por considerarem habilidades que não possuíam. Nesse sentido, nossas análises apontam que os narradores elegem seu fracasso como matéria de sua escrita, realizando, assim, a estetização de suas experiências falhadas.