Orbitídeos de Euphorbiaceae, caracterização química e síntese: prospecção racional de peptídeos cíclicos com potencial antitumoral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Nastri, Jhennifer Priscila
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181968
Resumo: Peptídeos cíclicos compreendem uma classe de substâncias que ocorrem em algumas plantas superiores e que exibem uma ampla quantidade de atividades biológicas. Estes compostos bioativos vem despertando o interesse de setores estratégicos no desenvolvimento de fármacos e cosméticos devido sua característica cíclica, o que gera maior afinidade e seletividade para determinado alvo, isso ocorre pela restrição de rotação de suas ligações químicas. O estudo de orbitídeos presentes em Jatropha ribifolia e Croton sphaerogynus (Euphorbiaceae) foi dividido nas seguintes etapas: identificação e caracterização química dos compostos, síntese dos orbitídeos e atividade antitumoral. Neste estudo foi isolado e caracterizado o peptídeo ribifolina oriunda de J. ribifolia. Visando avaliar a polaridade e a carga da extremidade amino-terminal foi planejada a síntese de três peptídeos análogos, visto que substâncias com maior hidrofobicidade possuem maior atividade antitumoral de acordo com a literatura. Para tanto, o aminoácido serina foi substituído por alanina (não possui grupo hidroxila), treonina (possui um grupo metila adicional) e lisina (possui uma carga positiva na sua cadeia lateral). Os peptídeos foram sintetizados, purificados e avaliados em função anticâncer. Contudo, apenas o análogo da lisina cíclica gerou uma boa inibição de crescimento para as linhagens celulares de HCT-116 e MCF-7. Paralelamente, foi realizada a coleta da espécie C. sphaerogynus (caule e folhas) na cidade do Rio de Janeiro-RJ, o material vegetal foi extraído em etanol e fracionado em sílica de fase-reversa, o que permitiu obter uma fração enriquecida de peptídeos. A partir dessa fração foi possível assinalar, pela técnica de LC-MS, possíveis poli-Leu/Ile orbitídeos nas folhas e caules de C. sphaerogynus. Os espectros de MS2 permitiram observar perdas de massas de 113 Da, as quais foram atribuídas aos peptídeos tetraleucil (ou tetraisoleucil), pentaleucil (ou pentaisoleucil), hexaleucil (ou hexaisoleucil) e heptaleucil (ou heptaisoleucil). A análise por HPLC preparativo das folhas desta espécie, permitiu ainda isolar dois flavonoides que foram caracterizados como sendo campferol triglicosilado e rutina. Os estudos apresentados mostraram que a C. sphaerogynus possui uma baixa diversidade de peptídeos. Somado a isso, os nossos resultados mostraram, que ao contrário da literatura, a presença de uma carga positiva em orbitídeos é importante para sua atividade anticâncer, como observado para a ribifolina.