Aspectos clínico-laboratoriais e sonográficos no diagnóstico complementar de lesões fibróticas em parênquima mamário de fêmeas ovinas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Bonacin, Yuri da Silva [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204622
Resumo: O presente estudo avaliou 27 fêmeas ovinas e suas glândulas mamárias, no 60º dia de lactação. Os objetivos foram a detecção de alterações nas concentrações das proteínas do soro lácteo, contagem de células somáticas frente à mastite crônica e subclínica de ocorrência natural, bem como o possível uso da elastografia por impulso de força de radiação acústica (ARFI) como diagnóstico de mastite em glândulas com parênquima fibrosado. Os grupos experimentais foram divididos de acordo com a CCS em: GC com CCS < 500.000 cls/ml sem fibrose em parênquima; Baixa contagem de células somáticas (CB) com CCS < 500.000 cls/ml e presença de fibrose na glândula; CA com CCS > 500.000 cls/ml e presença de fibrose. Para a análise das proteínas e CCS, foram utilizadas 48 amostras de soro lácteo. A CCS obtida nos três grupos apresentou valores médios de 136,63 x 103 ± 98,09 cls/ml, 122,06 x 103 ± 94,83 cel/ml e 3.979,55 x 103 ± 2943,81 cls/ml. Através do método SDS-PAGE, foi possível identificar seis proteínas: Lactoferrina, Albumina Sérica, IgG Pesada, IgG Leve, β-lactoglobulina e α-lactoalbumina. Através da comparação entre grupos, notou-se aumento da Lactoferrina entre GC e CA, aumento da albumina sérica entre CB e CA e aumento da IgG de cadeia pesada entre GC e CA, bem como entre CB e CA. Acredita-se que o valor limite de CCS em 500.000 cls/ml seja seguro para a detecção de mastites subclínicas. O aumento da albumina sérica e IgG de cadeia pesada em animais que possuem lesões no parênquima e CCS alta, quando comparados aos demais grupos pode indicar a presença de mastite. Não houve diferenças na composição proteica avaliada que diferenciasse glândulas sadias de fibrosas, dentro da mesma faixa de CCS. Cabe ressaltar que há a necessidade de estudos avaliando outros componentes lácteos, bem como compará-los ao grau de fibrose da glândula. O parênquima mamário e linfonodos também foram submetidos à ultrassonografia em modo-B, com posterior elastografia ARFI, obtendo-se variáveis qualitativas (ecogenicidade e ecotextura) e quantitativas (velocidade de cisalhamento, profundidade e proporção eixo curto/longo) de 52 glândulas mamárias. Através da elastografia ARFI em áreas sadias da glândula nos grupos, foi possível observar aumento da velocidade de cisalhamento (p<0,05) no grupo CB quando comparado ao grupo GC, o que ocorreu também quando comparados CB e CA. Quando comparadas as áreas de fibrose nos grupos CB e CA, com suas respectivas áreas normais, a velocidade aumentou nos dois grupos: CB (p<0,05; t= 4,07) e CA (p<0,05; t= 6,92). Ao comparar as áreas de fibrose em CB e CA com o parênquima de GC, houve aumento em CB (p<0,05; t=4,95) e CA (p<0,05; t=5,49). Ao avaliar o linfonodo supramamário de cada glândula, a velocidade de cisalhamento aumentou quando comparados os grupos GC e CA (p<0,05, T=2,11), apresentando-se maior no último. Os resultados da ultrassonografia em modo-B apontam predomínio da ecogenicidade hipoecóica nos linfonodos, bem como redução da proporção do eixo curto/longo em casos de mastite subclínica ativa. A eslatografia ARFI pode indicar pontos de corte para que haja diferenciação de um processo de mastite ativa de mastites que já se curaram, seu uso é excelente ferramenta para diferenciação das áreas normais de áreas fibrosadas em parênquima. A avaliação nos linfonodos supramamários, com altas velocidades de cisalhamento, podem indicar mastites, porém o comportamento no parênquima mamário é diferente, produzindo maiores valores em mastites já crônicas, necessitando de estudo com mais animais e mastites induzidas artificialmente, para padronização de valores de corte.