Sala de aula invertida no ensino da Arquitetura bioclimática em projeto

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: Lima, João Victor de Souza
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
• Palavras-chave em Português: Arquitetura bioclimática; Metodologia de ensino; Sala de aula invertida; Processo projetual; Bioclimatic architecture; Teaching methodology; Flipped classroom; Design process
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191489

Apesar de grandes avanços da pesquisa científica quanto à inclusão dos conceitos e procedimentos referentes ao conforto ambiental no contexto do processo projetual, é ainda perceptível sua dificuldade de apropriação nas práticas de disciplinas projetuais de cursos de graduação em Arquitetura e Urbanismo, tanto por parte dos alunos, quanto por parte dos professores de projeto. Essa dificuldade se dá, principalmente, pela defasagem de aprendizagem nas disciplinas de Conforto Ambiental no que se refere ao desenvolvimento de habilidades práticas nos alunos, para que sejam capazes de utilizar, de forma autônoma, o conhecimento adquirido na resolução de problemas arquitetônicos diversos. Com base nessa problemática, esta pesquisa teve por objetivo investigar a aplicabilidade da Sala de Aula Invertida como metodologia de ensino da arquitetura bioclimática no contexto do processo projetual, em cursos de Arquitetura e Urbanismo. A pesquisa, de caráter exploratório e correlacional, consistiu no desenvolvimento, aplicação e avaliação de uma estratégia de ensino, baseada na metodologia acima mencionada, para uma turma do 6º semestre de um curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo, na disciplina “Conforto Ambiental”, transformando a sala de aula em um ateliê de projeto. A avaliação dos alunos foi feita por meio de prova individual e dos projetos elaborados em grupo durante as atividades propostas em sala de aula. Como variáveis dependentes, os resultados de aprendizagem foram identificados por avaliação somativa quantitativa (notas) e qualitativa (níveis cognitivos alcançados pela Taxonomia de Bloom). Como variáveis independentes, foram identificados os estilos de aprendizagem dos alunos, por meio do Índice de Estilos de Aprendizagem, assim como seu contexto pessoal e percepção da estratégia de ensino aplicada, por meio de questionário de satisfação. As análises dos resultados consistiram em análises descritivas, comparando as variáveis independentes entre si, e em regressões logística ordinal e linear múltipla, correlacionando essas variáveis com as variáveis dependentes. Através das possibilidades proporcionadas pela metodologia ativa da Sala de Aula Invertida, foi constatado que, de fato, o processo projetual, integrado como instrumento para o ensino da arquitetura bioclimática e da geometria solar, pode contribuir significativamente aos resultados de aprendizagem e aos níveis cognitivos atingidos pelos alunos. Entretanto, mesmo os melhores projetos, no âmbito bioclimático, apresentaram inadequações funcionais e uma considerável limitação de abstração, o que levou à necessidade de se investigar as inadequações presentes na estratégia aplicada. Com os resultados das análises estatísticas, foi possível identificar as principais limitações da metodologia da Sala de Aula Invertida quanto à sua aplicabilidade no contexto do conteúdo abordado, assim como as principais lacunas da sistematização proposta para o processo projetual e, por meio destas, propor sugestões para futuras aplicações.