Expansão do setor sucroenergético e avaliação socioeconômica da produção de cana de açúcar na região noroeste do estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Koga, Paula Suemy Landi [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/151330
Resumo: A forte expansão do setor sucroenergético na região noroeste, em uma região caracterizada pela pecuária e fruticultura, motivou a realização deste estudo para avaliar a expansão da cana de açúcar e os impactos sociais e econômicos, em municípios pertencentes aos Escritórios de Desenvolvimento Rural de Fernandópolis, Jales e Votuporanga, localizados na região noroeste do Estado de São Paulo. Foram entrevistados representantes das prefeituras dos municípios com usinas, para analisar os impactos (socioeconômicos e ambiental) ocasionados após a instalação da agroindústria da cana. Foram levantados e analisados os seguintes indicadores socioeconômicos: População residente urbana e rural, o Índice da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro- FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM), Produto Interno Bruto per capita (PIB per capita), o Índice de Gini e vínculo empregatício. Para a análise da viabilidade econômica do cultivo da cana de açúcar foram determinados os custos, a lucratividade, o Valor Presente Líquido (VPL), a Taxa Interna de Retorno (TIR) e o Período de Recuperação do Capital (Payback Period). Assim, observou-se que as principais mudanças positivas foram geração de empregos, aumento de renda da população, movimentação do comércio local e arrecadação de impostos. Problemas na área ambiental com maior toxidez nas outras culturas através da deriva de produtos fitossanitários, aumento da população da mosca de estábulos, diminuição de áreas de plantio de grãos e pastagens, e desgaste das rodovias devido ao excesso peso do tráfego de caminhões. Os indicadores sociais mostraram que a população urbana expandiu para todos os municípios dos EDRs de Votuporanga e de Jales (com exceção do município de Aparecida D’Oeste), e ocorreu uma redução no IFDM consolidado para os três EDRs estudados. Em relação ao PIB per capita, no geral notou-se que a média dos municípios com usinas no EDR de Votuporanga se destacaram com crescimento econômico de 74,97%, no entanto nos EDRs de Fernandópolis e Jales apresentaram índices inferiores a 2,29%. O COT na implantação do canavial foi de R$6.772,82/ha e nos custos de produção dos cinco cortes, observou-se que a operação com CCT apresentou o maior dispêndio. A análise econômica mostrou lucratividade em todos os cortes para o COT e para os três primeiros cortes para o CT, considerando o preço médio de R$84,15 a tonelada, e produtividade média variando de 106,5t/ha (1º corte), a 65,77t/ha (5º corte). O capital investido na produção de cana para indústria retorna ao fornecedor no 3º corte (CT) e no 2º corte (COT), os VPL foram positivos e as TIR para ambos os custos foram maiores que o custo do capital. A produção de cana de açúcar para indústria na região noroeste paulista apresenta resultados economicamente favoráveis, mas o produtor precisa exercer uma gestão eficiente do seu negócio, gerenciamento dos custos que lhe permita tomar decisões baseadas nos mesmos, principalmente na renovação dos canaviais em que o investimento na atividade é grande. Os resultados socioeconômicos obtidos não permitem afirmar que os avanços nos indicadores estudados se devem a presença de usinas em alguns municípios.