Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Sacchi, Marcelo Donadelli |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/251269
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Resumo: |
Os estudos isotópicos em bacias hidrográficas visam compreender a variabilidade espacial e temporal da dinâmica entre águas subterrâneas, superficiais e meteóricas. As alterações nos padrões de precipitação afetam toda a dinâmica dos sistemas hidrológicos, e causam perturbações na disponibilidade e circulação da água no planeta. Por essa razão, é crucial compreender as implicações das variações climáticas nos processos de recarga das águas subterrâneas e sua interação com as águas superficiais. Nesse contexto, o estudo busca entender essas relações na sub-bacia do Alto Jacaré-Pepira, próxima à cidade de Brotas, na região central do estado de São Paulo. A região de interesse está inserida na Bacia Sedimentar do Paraná, em um importante local de afloramento do Sistema Aquífero Guarani, composto essencialmente pelas rochas sedimentares das formações Piramboia e Botucatu. A coleta dos dados na bacia foi realizada por meio de equipamentos instalados no local e com o uso de produtos derivados de satélite (IMERG, NOAH, SSEBop). No caso, foram monitoradas as variações de: precipitação, temperatura, evapotranspiração e níveis d’água subterrânea, assim como os valores de deutério (2H) e oxigênio-18 (18O) presentes nas águas da chuva, de uma nascente e de um poço de monitoramento. De maneira geral, no período de 2001 a 2021, a análise dos dados obtidos revela que o período mais recente de monitoramento da bacia foi marcado por uma forte seca na região, principalmente após o ano de 2017, havendo diminuição das médias de chuva e aumento tanto da temperatura quanto da evapotranspiração. Em relação aos dados de isótopos, a água da chuva apresenta uma média e desvio padrão de δ18O de -4.49‰ ± 3.16‰ VSMOW, com uma reta meteórica de equação δ2H = 8,14*δ18O + 14,20, indicando o domínio de processos relacionados à recirculação de vapor na atmosfera. Os valores de δ18O da água do poço apresentaram média e desvios padrão de -7,25‰ ± 0,32‰ VSMOW e se assemelham aos valores da nascente, de -6,94‰ ± 0,28‰ VSMOW. De acordo com os resultados do modelo de mistura, as águas subterrâneas representam cerca de 80% da descarga da nascente ao longo do ano, e essa contribuição apresenta uma pequena variação entre verão e inverno. Isso ocorre porque a parcela de água da chuva aumenta durante os períodos de maior pluviosidade, mas, em geral, a fonte subterrânea sempre se sobrepõe à chuva. A partir de 2017, observa-se um rebaixamento praticamente constante do nível d’água do poço até o fim do período de monitoramento. Neste momento, há um aumento da contribuição da água da chuva para a nascente, o que pode ser entendido como uma redução da capacidade do aquífero de abastecer a nascente. Isso evidencia a importância do aquífero na manutenção da dinâmica da bacia, uma vez que o rebaixamento ocorre devido à entrada de água por meio da recarga não ser suficiente para compensar a saída de água do reservatório, devido à seca prolongada e a fatores antrópicos. O entendimento desses processos só foi possível com a investigação conjunta de métodos estatísticos e isotópicos, tanto das águas subterrâneas quanto superficiais. Portanto, este tipo de estudo é crucial para o planejamento e gestão dos recursos hídricos, garantindo assim a resiliência e a utilização sustentável da água. |