Aspectos bioecológicos de Quesada gigas (Olivier, 1790) (Hemiptera: Cicadidae) associados à cultura do café

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Andrade, Samuel de Carvalho [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/180359
Resumo: Quesada gigas (Olivier, 1790) (Hemiptera: Cicadidae) é uma espécie de cigarra com ampla distribuição geográfica no continente americano. Atualmente esta espécie é considerada praga em cultivos cafeeiros do sul e sudoeste do Estado de Minas Gerais. A principal forma de controle desta praga se dá a partir da aplicação de inseticidas sistêmicos no solo, o que pode implicar na elevação dos custos de produção e também no aumento de contaminação ao meio ambiente. A compreensão sobre aspectos bioecológicos de Q. gigas em lavouras cafeeiras pode permitir a geração de informações para o aprimoramento e o desenvolvimento de técnicas alternativas visando seu manejo. Desta forma, os objetivos deste trabalho foram estudar aspectos bioecológicos de Q. gigas, como: i) desenvolvimento embrionário; ii) desenvolvimento ninfal em diferentes hospedeiros; iii) comportamento de dispersão, cópula e oviposição de adultos; e iv) determinar a maturação ovariana e o padrão de emergência de machos e fêmeas. Os estudos foram conduzidos em duas fazendas localizadas no Município de São Sebastião do Paraíso - MG, e nos laboratórios da UNESP/FCAV e da USP – Ribeirão Preto, SP. As etapas do desenvolvimento embrionário foram visualizadas através de cortes semifinos, e analisadas por microscopia. O período embrionário de Q. gigas variou de 40 a 115 dias em condições de laboratório. Em condições de campo, foram observadas em 2014/2015 eclosões ninfais dos 42 aos 81 dias após oviposições, e em 2015/2016, dos 40 aos 88 dias após oviposições, todas as eclosões foram observadas em dias de precipitação. As análises histológicas, revelaram a estrutura do córion e da membrana vitelina, além de processos como clivagem, formação da blastoderme, gastrulação e blastoquinese. Através da técnica de criação, onde utilizou-se diferentes hospedeiros em condições de semi-campo, foi possível obter ninfas de primeiro, secundo, terceiro e quarto instares de Q. gigas, sendo que a duração entre os ínstares foi de aproximadamente 120 dias. O hospedeiro Coffea arabica foi o que apresentou maior número médio de ninfas (1,75) (F= 2,86; P= 0,0212). O experimento de avaliação da capacidade de dispersão, comportamento de cópula e oviposição de adultos de Q gigas em uma área cafeeira mostrou que a dispersão do inseto é influenciada pela presença de plantas de Eucalyptus sp., sendo as maiores taxas de recaptura observadas aos 100 m do ponto de liberação. No entanto, recapturas de até 1.000 m também foram verificadas. A cópula durou 41,6±0,43 min, e o tempo de oviposição observado foi de 30±0,20 min. Adultos pós-copulados, também foram atraídos pela armadilha sonora durante as recapturas. O estudo sobre a maturação ovariana e o padrão de emergência de machos e fêmeas, revelou que cigarras coletadas até 15 dias após o início da emergência dos machos tiveram ovários imaturos. Todavia, a maioria das cigarras coletadas de 20 a 48 dias após a emergência, tiveram ovários maduros com oócitos corionados visíveis. Os resultados alcançados nesta pesquisa sobre aspectos bioecológicos de Q. gigas, são de grande importância prática e poderão auxiliar e subsidiar futuras estratégias de manejo desta espécie em lavouras cafeeiras.