Anita Garibaldi: a construção de uma heroína em biografias populares (1849-1999)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Bregantin, Helen Lemos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/183443
Resumo: O presente trabalho descreve os caminhos em que a personagem histórica Anita Garibaldi percorreu se transformando em heroína, desde sua morte no ano de 1849 até o ano de 1999. O recorte percorre dois séculos, mas a visão de Anita como heroína demorou a se manifestar, percebendo-se mudanças significativas a partir de meados do século XX. O período transita pela República, a imigração dos italianos até as comemorações dos 500 anos de descobrimento do Brasil, qual é lançada a biografia de Paulo Markun, "Anita Garibaldi:uma heroína brasileira" (1999).Duas outras biografias também serão analisadas afim de compor o entendimento de Anita como heroína: "Anita Garibaldi-o perfil de uma heroína brasileira" (1975), de Wolfgang Ludwig Rau, e uma autobiografia de Giuseppe Garibaldi editada por Aelxandre Dumas "Memórias de Garibaldi" (1860). Além das biografias que contemplam momentos distintos do caminho a ser percorrido em busca de Anita - heroína, também foram analisados documentos que colaboraram para analisar o contexto, a origem da fonte e enfim, o processo de transformação da brasileira em heroína. Foram encontradas declarações de militares que lutaram do lado oposto ao casal Garibaldi, onde vangloriavam Anita e sua coragem já no século XIX. Jornais como o "Correio Mercantil" do Rio de Janeiro, "A Federação", de Porto Alegre e "Diário da tarde" de Curitiba puderam contribuir não apenas com declarações de personas, mas com obras de teatro sobre Anita, lembranças de décadas e centenários de morte e memorandos em prol da mulher qual ela estava presente. O jornal "O Estado de São Paulo" no século XX ofereceu aos seus leitores "dossiês" sobre Anita em várias edições com intuito de preparação para o lançamento da obra de Markun, fazendo com que os brasileiros soubesses um pouco mais da heroína desconhecida. Entre os jornais como fontes, estão também registros documentais como a declaração do filho caçula dos Garibaldi que esclarece o verdadeiro rosto de sua mãe em uma única pintura. Enfim, a pesquisa pretende galgar a transformação da imagem de Anita em dois séculos, analisando documentos, jornais e obras que a remetam como heroína, além de pensar ao final, as biografias como escrita histórica e sua inserção no meio popular.