Estudo da organização intratópica e das relações retóricas em minissagas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Souza, Andréia Dias de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/194468
Resumo: Com base no quadro teórico da Gramática Textual-Interativa (JUBRAN; KOCH, 2006; JUBRAN, 2007) e no quadro da Teoria da Estrutura Retórica (MANN; THOMPSON, 1988), o objetivo desta tese é analisar o gênero textual minissagas no que se refere à estruturação interna de seus segmentos tópicos mínimos (SegTs mínimos) e às relações retóricas estabelecidas entre as unidades intratópicas que compõem esse gênero. Minissagas são textos compostos por exatamente 50 palavras, com o adicional do título, que pode conter até 15. O universo de investigação é constituído por exemplares extraídos de duas coletâneas, a saber: ALDISS (1997) e ALDISS (2001). O trabalho segue a hipótese, formulada em Penhavel (2010), de que cada gênero textual apresentaria uma regra geral de estruturação interna de SegTs mínimos (organização intratópica). Nossa análise apurou que as minissagas, de fato, seguem um padrão de organização intratópica. Identificamos cinco unidades diferentes que se combinam: Apresentação; Contra-Apresentação; Reiteração da Apresentação; Reiteração da Contra-Apresentação; Contrarreiteração. Em cada minissaga, constatamos a presença de três das unidades supracitadas, o que nos permitiu sintetizar o processo de estruturação desse gênero em três esquemas, a saber: 1) Apresentação – Contra-apresentação – Reiteração da Apresentação; 2) Apresentação – Contra-apresentação – Reiteração da Contra-Apresentação; 3) Apresentação – Reiteração – Contrarreiteração. Assumindo essas unidades intratópicas como unidades de análise, submetemos as amostras ao aparato teórico fornecido pela Teoria da Estrutura Retórica, com o intuito de levantarmos as relações retóricas exibidas pelas unidades intratópicas. A esse respeito, a análise de dados não revelou maiores regularidades em termos de encadeamentos de relações retóricas, considerando as sequências de três relações, manifestadas pelas três unidades intratópicas encadeadas em cada minissaga. Já quando se observam as relações retóricas das unidades intratópicas tomando as unidades umas independentemente das outras (sem se levar em conta o bloco de três unidades encadeadas), podem ser identificadas algumas correlações mais sistemáticas entre unidade intratópica e relação retórica, como a unidade de Apresentação desempenhando a relação de fundo, e as unidades de Contrarreiteração, Reiteração da Apresentação e Reiteração da Contra-Apresentação figurando como desfecho da minissaga e desempenhando a relação de concessão e de resultado em significativo número de amostras. Com base nas análises tópica e retórica, interpretamos que as minissagas caracterizam-se por um tópico discursivo global bipartido, constituído por dois elementos temáticos que estabelecem entre si uma relação de oposição e antagonismo. Os textos contêm, então, uma parte para cada um desses elementos e uma terceira parte que reitera uma das outras duas partes. A alta ocorrência da relação de concessão, que expressa uma quebra de expectativa, é particularmente significativa nesse contexto: a construção de uma situação conflituosa com desfecho surpreendente, típica das minissagas, se mostra materializada no texto por meio da construção tópica bipartida permeada por relações retóricas que indicam quebra de expectativa. Constatamos, portanto, que as duas teorias adotadas se complementaram para os objetivos de nosso trabalho e, juntas, forneceram um aparato teórico apropriado para a análise textual.