Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Rodrigues, Emanuelly Nakaryn [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/256810
|
Resumo: |
Nesta dissertação analisamos criticamente processos que possibilitam o desenvolvimento da moralidade humana. A questão que norteia nosso estudo é: a moralidade está, necessariamente, relacionada a, e dependente de, capacidades cognitivas humanas? Ao colocarmos essa questão consideramos as teses de Immanuel Kant (1974, 2009) e David Hume (2000), sendo eles representantes de visões antagônicas sobre as bases da moralidade humana, Kant como representante de uma moral fundamentada na razão e Hume, como representante de uma moralidade fundamentada nos afetos. Apesar das diferenças em suas teses, no entanto, identificamos e sustentamos que esses filósofos têm como ponto comum a admissão, mesmo que implícita, de premissas epistemológicas e ontológicas dualistas e reducionistas, pois ambos pressupõem a cisão entre razão e emoção, cisão esta que ainda ecoa em concepções contemporâneas de moralidade. Desse modo, colocamos o seguinte problema: como superar os dualismos arraigados nos estudos sobre moralidade? Como alternativa às propostas dualistas e reducionistas, nos voltamos aos estudos sobre moralidade dentro de um contexto teórico naturalista, com destaque para os trabalhos de Frans de Waal e Stephanie Preston. O autor e a autora sugerem que a superação dos dualismos poderia resultar da tese da continuidade entre sociabilidade e moralidade centrada em relações sociais que envolvem empatia. Para avaliar a pertinência desta tese, são também analisados argumentos críticos da relação necessária entre empatia e moralidade propostos por Paul Bloom (2016) e Jesse Prinz (2007, 2011), os quais são problematizados a partir da concepção de empatia proposta por de Waal e Preston (2017), que sugere que a empatia englobaria, integrados, componentes cognitivos e afetivos. A partir dessa abordagem naturalista, a empatia passa a ser caracterizada como um fenômeno complexo e multifacetado de fundo co-evolucionário que cumpriria papel primordial no estabelecimento e desenvolvimento de condutas morais (de Waal, 2006, 2010). Por fim, como alternativa a pressupostos dualistas da moralidade, analisamos pressupostos da teoria da cognição incorporada e situada, a qual contribui com a tese sobre a moralidade estar relacionada às experiências situadas e incorporadas dos agentes (Lakoff & Johnson, 1999), sendo que tais experiências, embora contexto-dependentes, possuem certo grau de generalidade porque há entre os agentes o compartilhamento de condições materiais, históricas e co-evolucionárias. Em suma, com base em uma perspectiva naturalista de empatia, a qual entendemos confluir com teses da cognição incorporada e situada, propomos ser possível superar os dualismos arraigados em sistemas éticos, como os propostos por Kant (1974) e Hume (1999), e que repercutem ainda hoje nos trabalhos de Bloom (2016) e Prinz (2007). |