Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Farias, Gabriele Santana de [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/235143
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Resumo: |
O continente antártico possui condições ambientais extremas, as quais promovem uma pressão seletiva e resulta no desenvolvimento de adaptações para que os microorganismos possam sobreviver. Devido a mudanças climáticas, as geleiras da Antártica estão sofrendo um processo de retração, propiciando um novo hábitat para microorganismos no solo recém-exposto. Fungos basidiomicetos provenientes de solos de recuo da geleira Collins, coletados na OPERANTAR XXXIII (2015), foram utilizados no presente estudo, com o objetivo de avançar na identificação taxonômica e verificar a capacidade de descoloração, destoxificação e adsorção do corante azo Vermelho Congo, bem como a capacidade de se desenvolver na presença do óleo diesel. Os isolados foram identificados como Pholiota cf. baeosperma (320 e 344), Schizophyllum sp. (58) e Aleurodiscus sp. (177). Os melhores resultados para descoloração, nas concentrações de 50 e 100 mg/L de corante, foram apresentados pelos fungos Pholiota cf. baeosperma 320 e Schizophyllum sp. 58 após sete dias de cultivo a 25 °C. Todos os fungos apresentaram atividade enzimática para lacase, sendo a maior atividade (8,8 U/L) obtida para o fungo Pholiota cf. baeosperma 320 na concentração de 100 mg/L do corante. Na cinética de descoloração, Pholiota cf. baeosperma 320 e 344 apresentaram uma média de 70% de descoloração desde o primeiro dia do experimento, enquanto Schizophyllum 58 alcançou um máximo de descoloração (acima de 90%) no sétimo dia do experimento e Aleurodiscus sp. 177 apresentou uma diminuição de 10 % na descoloração no sétimo dia do experimento. Quanto à fitotoxicidade, os fungos Aleurodiscus sp. 177 e Pholiota cf. baeosperma 320 e 344 diminuíram em 100 % a toxicidade na concentração de 50 mg/L e, ao aumentar a concentração para 100 mg/L, a toxicidade após o tratamento foi maior, o que indica que compostos tóxicos podem ter sido gerados na quebra da molécula do corante Vermelho Congo. Para o fungo Schizophyllum sp. 58, a toxicidade diminuiu nas duas concentrações testadas. O fungo Aleurodiscus sp. 177 foi o que apresentou o maior resultado de adsorção (96 %), melhorando o desempenho em relação ao ensaio com o micélio ativo, onde a descoloração foi de 55 %. O fungo Schizophyllum sp. 58 não apresentou diferença entre os ensaios de adsorção e descoloração. Para os fungos Pholiota cf. baeosperma 320 e 344 a adsorção pelo micélio inativo foi menor do que no ensaio com os fungos ativos. Os dados relacionados com a detecção de metabólitos de degradação do Vermelho Congo (análises de GC-MS) indicam que a descoloração do corante pelo fungo Pholiota cf. baeosperma 344 ocorreu principalmente por mecanismos enzimáticos, enquanto que para o fungo Schizophyllum sp. 58 o principal mecanismo foi a adsorção. Alguns metabólitos detectados como éster de ácido ftálico, ácido oxálico e benzeno são fitotóxicos. O fungo Schizophyllum sp. 58 foi o único que apresentou crescimento micelial em meio de cultura contendo apenas o óleo diesel como fonte de carbono. Os resultados obtidos no presente estudo indicam que os fungos basidiomicetos de origem Antártica podem ser uma nova alternativa para a biorremediação de compostos xenobióticos poluentes ambientais. |