Corpo e festa em trance

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Maccari, Yasmin Palulian [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204314
Resumo: Os festivais de música eletrônica Trance nos colocam em outros regimes corporais, possibilitando outras experiências daquelas do cotidiano. Festas que duram de dois a dez dias e acontecem normalmente em meio à natureza, uso de drogas psicodélicas e estimulantes, práticas de dança, discussão de estilos de vida alternativos e promoção de arte das mais variadas, esses ambientes brincam com uma integração entre tecnologia, vida e natureza. Por meio da cartografia, baseada nas ideias de Deleuze & Guattari, este trabalho mergulha nesse universo colocando o corpo em jogo em todas essas relações. Busca-se observar se essas relações movimentam também os processos de subjetivação daqueles que se envolvem com a experiência trance. Para tanto, indaga-se: que movimentos os festivais trance ajudam a compor na subjetividade daqueles que participam desse evento? Para dar encaminhamento às proposições deste trabalho, foi feita pesquisa de campo em festivais de música eletrônica, nos quais foi criado um espaço chamado “Cantinho de troca de troca (d)e saberes”. Este espaço funcionava como uma instalação, com materiais visuais, artísticos e bibliográficos acerca do Trance, que ficavam disponíveis para todos os que dali se aproximavam, promovendo, assim, ampla integração e composição com o evento. Neste lugar de encontros e interações lúdicas e horizontais, foram produzidas entrevistas e diários de campo aproveitados neste estudo. As intensidades que irromperam deste material, foram observadas como multiplicidades, isto é, como rizoma, lida como movimento de uma experiência caleidoscópica constituída a partir do Trance, dentre os quais se destacaram: a conexão com a natureza, o reencantamento e a vida em comunidade. Tais experiências concorreram a favor da composição de uma análise dialógica e diferencial acerca da problemática central assumida nesta pesquisa, na medida em que permitiram observar que os festivais e festas trance acabam por ser espaços potentes de mobilização de práticas de resistência, ao apontar para outros modos de existência mais ecológicos, que oportunizam a emergência de outros modos relacionais estabelecidos de si para consigo mesmo, de si para com o espaço e com os outros, que forçam os limites a ordem dos convencionamentos sociais, em função da expressão vibrante de um corpo festa, que ousa dançar, ao invés de simplesmente (sobre)viver.