Bassano Vaccarini: uma interpretação da crise e do caminho de um intelectual

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: Lima, Giovanna Isis Castro Alves de [UNESP]
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
• Palavras-chave em Português: Modernidade; Intelectuais; Arte Moderna; Escultura
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/202498

O objetivo deste trabalho é estudar o papel social da arte na obra do artista plástico italiano Bassano Vaccarini (1914-2002), a partir de seus dois artigos publicados em 1947 e de sua produção escultórica das décadas de 1980 e de 1990. Vaccarini nasceu na Itália, mas imigrou para o Brasil no contexto do segundo pós-guerra e fez parte de atividades que percorreram diversas esferas culturais durante quase setenta anos de atuação: organizou exposições de Arte Moderna, expôs na Galeria Domus e na Bienais de Arte de São Paulo, exerceu a cenografia do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) e na Companhia Cinematográfica Vera Cruz, ao lado de demais cenógrafos e diretores estrangeiros, fundou uma Escola de Artes Plásticas, além de criar um Centro Experimental de Cinema. Essas atividades na cidade e no estado de São Paulo marcaram um período de inovação no teatro e nas artes feitas no Brasil e se consolidaram como importantes iniciativas do período. Simultaneamente, com base nos artigos citados, Vaccarini observou o que chamou de crise das Artes Plásticas, causada por um individualismo exacerbado na Arte Moderna. Dessa forma, propôs um caminho para atravessar tal crise baseado na articulação entre a contribuição dos grandes cânones renascentistas com o reestabelecimento do nexo entre artista e sociedade. Em 1956, imigra para o interior do estado de São Paulo e conduz uma intensa movimentação cultural na região, o que, posteriormente, resulta na realização de um projeto estético na cidade de Altinópolis. Como hipótese norteadora, trabalhou-se com a ideia de que Vaccarini recuperou as funções decorativas da arte, no entanto preocupou-se essencialmente em retratar a dimensão social nos espaços públicos, assim seguindo suas concepções de caminho estabelecidas já em 1947. Dessa maneira, buscou-se analisar as principais condições das Artes Plásticas no país e o diálogo de crise que havia na época entre diversos intelectuais, como Mário de Andrade e Mario Pedrosa, além de selecionar conjuntos escultóricos a fim de analisar essa relação marcada pelo embate entre modernidade e tradição.