A participação do setor empresarial na política educacional brasileira e a discussão da qualidade na educação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Stênico, Joselaine Andréia de Godoy [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/183245
Resumo: Esta tese analisa a participação do empresariado na definição das políticas educacionais no Brasil e a relação com o discurso da qualidade. Mais especificamente, as reflexões e análises incidem sobre a mobilização dos Organismos Internacionais e do projeto de educação proposto pelo “Todos Pela Educação” (TPE) no domínio da educação e a respectiva relação com o discurso da qualidade educacional e a participação empresarial nesse contexto. Para compreender melhor a realidade que compõe o fenômeno educativo no âmbito das formulações e práticas de empresários, utilizou-se como opção metodológica a pesquisa bibliográfica e a análise documental para a sua consecução. Entre os principais resultados obtidos a partir das interpretações e reflexões dos documentos da UNESCO, OCDE, Banco Mundial e TPE, vale ressaltar que foi possível identificar a forte presença e influência da agenda empresarial nos rumos das políticas educacionais por meio do discurso da qualidade. Nessa dinâmica, nota-se que as práticas conservadoras vêm se apossando do campo educacional, demarcando um agravamento das tendências de mercantilização da educação, bem como o percurso robusto da agenda empresarial que, por vezes, é considerado como um processo necessário e como uma opção única para melhorar a qualidade da educação brasileira, entretanto, trata-se de propostas que refletem com maior ênfase as predileções e conveniências dos grupos empresariais. O estudo aponta uma ênfase em propostas que privilegiam um ensino que advoga em prol dos interesses empresariais, tornando-se reducionista e empobrecendo o currículo escolar, desvalorizando o conhecimento historicamente construído, mantendo a perspectiva da educação dual, de escolas propedêuticas para a elite e escolas de formação para o trabalho para as massas. De modo geral, este estudo contribuiu para desvelar as novas significações atribuídas às políticas educacionais, revelando as facetas do movimento da participação do empresariado, enquanto atores educacionais. A pesquisa permitiu compreender os novos modos de regulação das políticas educacionais e sobre as novas significações atribuídas às mesmas, já que o empresariado, por meio de distintas estratégias, participa da definição das políticas educacionais. Assim, conclui-se que há muito a ser feito no sentido de avançar para uma educação que proporcione o conhecimento sistematizado, historicamente construído, que prima pela liberdade, pela conquista de um saber crítico, pela capacidade analítica e autonomia intelectual realmente para todos.