Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Gomes, Thauana Paiva de Souza [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/216191
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Resumo: |
O presente trabalho é parte de estudos e parcerias desenvolvidas desde 2014 entre pesquisadores do NUPEDOR/NEEA, órgãos de fomento, assentados e instituições públicas privadas. Um processo de pesquisa/ação/extensão que se transformou em pesquisa de doutorado e em um produto material de ação social. O trabalho basicamente qualitativo buscou construir uma estrutura de pensamento que oferecesse elementos não numéricos para a pesquisa, mas o aprofundamento de temas como patrimônio, memória, valorização de saberes e práticas, trajetórias de vida e receitas de determinados usos das ervas, ou ainda depoimentos das mulheres. Desta maneira, foram escolhidas 25 mulheres pela relação com uma cooperativa e sua proximidade com o interesse por plantas medicinais e/ou ainda pelo conhecimento em a produção destas ervas. Foram realizadas entrevistas e visitas aos lotes com o intuito de elaborar um rol de informações que oferecessem elementos para mapear os quintais e os tipos de ervas produzidos por estas mulheres No que se refere propriamente a fundamentação teórica buscou-se discutir questões estabelecidas de gênero no universo da Reforma Agrária, de maneira a transcrever o importante papel de um grupo de mulheres em atividade destinada à geração de trabalho e renda, a partir da valorização de saberes tradicionais próprios do domínio feminino. Pensar nestes tipos de conhecimentos e nas suas resistências é, de certa forma, entender as brechas de um sistema econômico balizado no progresso, na economia monetária, no pragmatismo, na tecnologia e no global. O que revela um universo de tensões, constrangimentos, obrigações e violências que se impõem sobre as vidas dessas mulheres rurais e que, no processo de se formarem como sujeitas condutoras, mudam a realidade e constroem uma nova perspectiva sobre o que está estabelecido. Embora as práticas tradicionais ligadas à agroecologia sejam ainda embrionárias neste trabalho, é possível perceber, nos dados e na articulação das mulheres e dos grupos de universidades e demais instituições ligadas ao universo da agricultura familiar, um momento favorável à reelaboração de propostas de transição agroecológica, o que, por sua vez, encontra amparo em agentes, assentadas e assentados, que se dispõem a acreditar em uma realidade melhor, que, através do resgate de práticas e do processo de mudança paradigmática na forma de se produzir no campo, encontram um caminho possível para esta transformação. Por fim o trabalho buscou reforçar a concepção de que o processo de equilíbrio nas relações entre homem X mulher, na agricultura e na sociedade capitalista, que se realiza ao longo do tempo em formas mais complexas de se ver e enxergar o mundo inicia-se sob o ponto de vista de conservação e manejo dos recursos naturais, na valorização dos saberes próprios do grupo ou na ponderação igualitária das relações de poder da sociedade androcêntrica; sendo este um processo social em que se podem vislumbrar índices mais equilibrados, de equidade e qualidade de vida. |