Avaliação de características clínicas e de exames de imagem que identificam pacientes com síndrome facetária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Mariúba, Eduardo Sávio de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/180756
Resumo: Introdução: A dor lombar crônica representa uma doença que gera grandes custos sociais e financeiros. A síndrome facetária é uma possível etiologia para a dor lombar, porém de difícil diagnóstico e tratamento. Objetivo: Avaliar se determinados critérios clínicos e de exames de imagem foram capazes de identificar pacientes com a síndrome facetária e confirmar o diagnóstico por meio da infiltração realizada sob escopia em centro cirúrgico. Pacientes e métodos: 38 pacientes de ambos os sexos atendidos no Ambulatório de Cirurgia da Coluna – Ortopedia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, tiveram o exame físico específico avaliado, e seus dados gerados a partir da Escala Visual Analógica da Dor; Questionário de Incapacidade de Oswestry; Qualidade de Vida EuroQoL-5D-5L e SF-36; e DRAM (Método de Avaliação de Sofrimento e Risco) no dia 1 e 2 meses após a infiltração. Trinta pacientes tiveram seus exames radiográficos avaliados; vinte e quatro pacientes tiveram seus exames de ressonância magnética nuclear avaliados; e sete pacientes tiveram seus exames de tomografia computadorizada avaliados. O processo degenerativo das estruturas da coluna foram classificados. Todos os pacientes foram submetidos a infiltração facetária com 1 mL de levobupivacaina 0,5% e 50 mg de metilprednisolona (1 mL). Foram infiltradas as articulações de L1 a S1 bilateralmente. Os pacientes reportaram a dor gerada pelo toque da agulha nas facetas tratadas antes e após 30 minutos do procedimento terapêutico realizado. Resultados: a média de idade dos pacientes foi de 55,5±11,6 anos com 76,3% do sexo feminino. A dor média em ortostase pela Escala Visual Analógica foi de 6,5. No exame físico 68,4% apresentavam dor desencadeada pela extensão da coluna lombar superior a dor desencadeada pela flexão da mesma. A inclinação lateral da coluna foi o movimento que mais desencadeou dor e dos pacientes avaliados, 55,2% apresentaram sinal de Lasègue positivo e 21% apresentaram o sinal de Nachlas/Wassermann positivos. Segundo o questionário de Incapacidade de Oswestry, 37 pacientes apresentavam algum grau de incapacidade. O valor médio obtido pelo EuroQoL-5D-5L foi de 0,406 ± 0,245. O questionário de qualidade de vida SF-36 demonstrou que a maior parte dos pacientes apresenta piores resultados para 6 dos 8 domínios avaliados. Para o Método de Avaliação de Sofrimento e Risco, apenas 5 pacientes (13,1%) se enquadravam no grupo Normal e os demais apresentavam maior chance de piores resultados por alterações psicológicas. Foram identificadas correlações significativas entre os questionários específicos utilizados e os domínios do questionário SF-36 que avaliavam características semelhantes. Do total, 66,6% dos pacientes tinham Incidência Pélvica > 50 graus e 73,3% tinham a Lordose Lombar > 49 graus. Houve correlação positiva e significativa entre quase todos os níveis intervertebrais avaliados quanto ao grau de degeneração dos discos intervertebrais, facetas articulares e musculatura paravertebral. Nestes pacientes foi encontrado edema dos ligamentos supra e interespinhosos em 17 dos 24 exames avaliados, sendo que a melhora média dos sintomas após a infiltração foi de 93,8%, e 73,3% apresentaram total alívio dos sintomas. Os níveis proximais lombares demonstravam-se sintomáticos, mesmo que não se evidenciassem alterações degenerativas significativas. Os pacientes que retornaram para reavaliação apresentaram melhora significativa para dor, incapacidade e qualidade de vida. Não se pôde demonstrar a influência da realização de atividades físicas neste tratamento. Conclusão: o exame físico realizado foi capaz de selecionar pacientes que apresentaram bons resultados à infiltração. Também foi possível identificar características dos exames complementares que contribuíram para a realização do diagnóstico, como: valores elevados de lordose lombar e incidência pélvica, edema de ligamentos supra e interespinhosos, homogeneidade da degeneração discal lombar. A partir dos resultados, podemos concluir que não é fundamental considerar o grau de degeneração facetária nos exames de imagem, pois, as articulações eram dolorosas ao toque da agulha e seus tratamentos contribuíram para a melhora clínica dos pacientes, mesmo quando estas apresentavam pouca ou nenhuma degeneração aos exames complementares.