Geologia da Formação Água Clara e rochas ígneas associadas no Estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Vieira, Otávio Augusto Ruiz Paccola [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/216325
Resumo: A área de estudo se situa no extremo sul do estado de São Paulo e está inserida na porção central da Província Mantiqueira, na faixa centro-sul do Cinturão Ribeira e se relaciona a evolução neoproterozoica do Terreno Apiaí. Está localizada nos municípios de Ribeirão Branco, Guapiara e Capão Bonito e norte do distrito Araçaíba e faz parte do conjunto intrusivo meridional do Complexo Granítico Três Córregos. A configuração das unidades litológicas e das feições estruturais superimpostas de idade neoproterozoica seguem um padrão estrutural regional, cujo principal trend se associa à orientação regional NE-SW, delimitando a área por grandes zonas de cisalhamento que são denominadas, ao norte, de Itapirapuã, em contato tectônico com o Grupo Itaiacoca, e ao sul, de Quarenta Oitava, em contato tectônico com o Grupo Lajeado. Estas rochas ígneas estão inseridas em rochas da Formação Água Clara, a qual pertence ao Supergrupo Açungui, de idade mesoproterozoica e metamorfizadas e deformadas no Neoproterozoico. O embasamento, correspondente a Formação Água Clara, é dividido em duas unidades (xistosa e carbonática) e constituído por xisto, filito, quartzito, rochas calciossilicatadas, mármore, metabásicas e metaultrabásicas. O Complexo Granítico Três Córregos inclui vários corpos granitoides sin-colisionais de idade neoproterozoica (Barra do Chapéu, Saival e Capote), com contato intrusivo e tectônico com os metassedimentos e contato tectônico com rochas graníticas pós- a tardi- colisionais dos Granitos Correas, Capão Bonito e Sguario. Os granitoides sin-colisionais são hornblenda-biotita granodiorito e quartzo monzonito, biotita monzogranito e sienogranito com hornblenda. São leucocráticos, inequigranulares, porfiríticos, com fenocristais de microclínio branco a rosa (4 cm). Ambos têm granulação fina a grossa e coloração cinza ou rósea. É isotrópica a sub-orientada com discreta foliação milonítica e/ou cataclástica. Geoquimicamente, são classificados como cálcio-alcalino peraluminoso, sin colisional a arco vulcânico, da série de alto potássio a shoshonítica, magnesiano, com assinatura de granito do tipo I cordilheirano gerado pela fusão da crosta inferior e associado à evolução de arco magmático. Os granitos tardi a pós-colisionais são biotita sienogranito e álcali feldspato granito, holo a leucocráticos, equi- a inequigranulares, porfiríticos, com fenocristais de microclínio rosa (3 cm). A granulação da matriz é média a grossa, coloração rósea avermelhada e isotrópica. Encontram-se parcialmente encobertos, nos seus limites, por rochas sedimentares cambrianas da Bacia do Samambaia, no centro, e rochas sedimentares da bacia do Paraná na região norte. Intrusivas básicas mesozoicas associadas ao Magmatismo Serra Geral e correlacionadas ao Arco de Ponta Grossa são relativamente frequentes na área. O quadro estrutural-metamórfico é determinado dominantemente pelo arranjo tectônico do final do Neoproterozoico, em rochas epimetamórficas por uma evolução estrutural polifásica. As estruturas primárias ocorrem de forma escassa, com predominância do acamamento gradacional reliquiar S0 nas áreas menos deformadas, devido aos intensos processos de transposição e deformação milonítica. São reconhecidas três fases deformacionais. A fase D1 é registrada por uma foliação S1, que é uma clivagem ardosiana e xistosidade de atitude preferencial N47E/38SW, subparalela ao bandamento tectônico S0. A fase D2 compreende dobras isoclinais com foliação plano axial S2 marcada por um bandamento tectônico de atitude preferencial N20E/56NW. O ápice do metamorfismo regional progressivo, em D2 e fácies anfibolito médio, com valores de temperatura e pressão calculados em rochas metabásicas e metaultrabásicas, de 611°C a 621°C de temperatura e 6,5 kbar e 7,3 kbar (±0,6) de pressão. A granitogênese sin- colisional associa-se a esta fase, com a colocação das rochas do Complexo Granítico Três Córregos, com orientação dos minerais máficos (biotita e hornblenda) e geração de porfiroblastos de granada e actinolita/tremolita no xisto e rochas calciossilicatadas nas aureolas de metamorfismo de contato. A fase D3 é caracterizada por dobras abertas e suaves e foliação plano axial S3 de atitude preferencial N84E/82SE. Granitoides tardi a pós- colisionais (Capão Bonito, Sguario e Correas) ocorrem durante a fase D3, associados a zonas de cisalhamento. Essas rochas granitoides revelam uma estrutura fracamente milonítica e/ou cataclástica nas bordas do corpo.