Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Duarte, Jonatas Lobato |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/251422
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Resumo: |
O Aedes aegypti L. é um inseto de extrema importância médica, sendo o vetor de diversas doenças que representam um grave problema para a saúde pública em todo o mundo, incluindo a dengue, a zika, a chikungunya e a febre amarela. A prevenção dessas arboviroses é fundamental, e repelentes e agentes larvicidas são ferramentas essenciais nesse esforço. Historicamente, compostos derivados de plantas medicinais, notadamente os óleos essenciais (OEs), têm sido utilizados como inseticidas e repelentes. Os OEs são ricos em terpenos, como os monoterpenos e sesquiterpenos, que são substâncias de baixo peso molecular e alta volatilidade. Entre os monoterpenos, o mirceno e o p-cimeno destacam-se pelas suas propriedades inseticidas e repelentes. No entanto, esses compostos apresentam baixa solubilidade em água e instabilidade, o que limita sua aplicação prática. Nesse contexto, a nanotecnologia surge como uma estratégia promissora para melhorar a solubilidade desses terpenos em água, além de proteger e entregar esses ativos de maneira eficaz. A presente tese concentrou-se no desenvolvimento de nanoemulsões contendo p-cimeno e mirceno, com o objetivo de avaliar sua atividade larvicida e repelente frente ao Aedes aegypti L. Um método analítico robusto foi desenvolvido por cromatografia líquida para a quantificação precisa desses terpenos. As nanoemulsões apresentaram tamanho de gotícula em torno de 120 nm e estabilidade mantida por até 60 dias após a obtenção. Além disso, demonstraram ser citocompatíveis com a linhagem celular HaCat, indicando baixa toxicidade para as células humanas. Os testes de toxicidade em larvas de Galleria mellonella e Zebrafish também revelaram baixa toxicidade aguda, consolidando a segurança dessas formulações. Os hidrogéis desenvolvidos a partir das nanoemulsões apresentaram pelo estudo reológico comportamento pseudoplástico e tixotropia, tornando-os adequados para aplicação tópica. Dentre os hidrogéis, o constituído de carboximetilcelulose (CMC) foi escolhido para testes repelentes devido às suas características sensoriais favoráveis e propriedades bioadesivas. Os hidrogéis exibiram liberação controlada e baixa permeação de p-cimeno e mirceno, demonstrando uma atividade repelente significativa contra mosquitos adultos. Nos experimentos de repelência espacial os ativos livres apresentaram respostas opostas, o p-cimeno apresentou atividade atrativa e o mirceno apresentou atividade repelente. Por outro lado, os hidrogéis contendo estes mesmos ativos apresentaram um potencial promissor como repelentes, com evidências de ancoragem molecular em um receptor odorante, um alvo tradicional de atividade repelente. Esses resultados indicam que as formulações desenvolvidas neste estudo têm um potencial notável para o controle eficaz do A. aegypti, contribuindo para a prevenção de doenças transmitidas por mosquitos. A aplicação bem-sucedida da nanotecnologia na formulação de nanoemulsões e hidrogéis não apenas melhorou a eficácia dessas formulações, mas também a sua segurança e aceitabilidade. Em conjunto, este estudo representa uma abordagem promissora para o desenvolvimento de estratégias mais eficazes e seguras no combate às doenças transmitidas por mosquitos, com aplicações significativas na saúde pública global. |