Influência da suplementação de tiamina na mortalidade de pacientes com choque séptico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Pereira, Amanda Gomes [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/235828
Resumo: Introdução: O choque séptico é caracterizado por hipotensão e hipoperfusão tecidual, associadas a aumento do lactato, refratárias à expansão volêmica adequada, sendo necessário o uso de vasopressores para manter a estabilidade hemodinâmica. Por se tratar de condição com elevada mortalidade, terapias coadjuvantes têm sido propostas como forma de melhorar o prognóstico dos pacientes. Nesse sentido, estudos têm explorado o papel da tiamina como ressuscitador metabólico em pacientes com choque séptico. Objetivo: Avaliar a influência da suplementação de tiamina na mortalidade em pacientes com choque séptico. Métodos: Estudo prospectivo, controlado, duplo-cego e randomizado, que incluiu 115 pacientes consecutivos, maiores de 18 anos, com diagnóstico de choque séptico na admissão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os pacientes foram alocados em dois grupos: suplementação de tiamina (200 mg de 12 em 12 horas, intravenosa, por 5 dias) e placebo (SF 0,9% em volume, frequência e período iguais a tiamina). Foram coletados dados clínicos, laboratoriais e amostras de sangue antes do início da suplementação e 48 horas após. Resultados: Dos pacientes, 57 pertenceram ao grupo tiamina e 58 ao grupo placebo. A média de idade foi de 63,3 ± 15,7 anos e 55,6% eram do sexo masculino. A mediana dos valores séricos de tiamina antes do tratamento foi de 35,4 ng/mL (24,7 – 51,9), sendo que apenas 8% dos pacientes (n=9) apresentaram deficiência (<16 ng/mL). Após 48 horas, a mediana das concentrações séricas de tiamina foram 51,5 (35,6 – 85,3) ng/mL e 33,7 (21,5 – 52,8) ng/mL (p= 0,003) nos grupos tiamina e placebo, respectivamente. A mediana do tempo de internação na UTI e hospitalar foi de 7 (4 – 16) dias e 16 (9 – 30) dias, respectivamente. A mortalidade em 28 dias foi de 58,2% (n = 67). Não houve diferença estatisticamente significante na mortalidade entre os grupos (Tiamina: 32 [56,1%] vs. Placebo: 35[60,3%]), assim como no tempo de internação na UTI e hospitalar e no tempo livre de ventilação mecânica e de uso de vasopressor. Conclusão: A suplementação de tiamina na dose de 400 mg/dia por 5 dias não apresentou efeito na mortalidade em pacientes com choque séptico.