Escritas de autoria feminina francesa da Shoá e o processo de construção das memórias traumáticas por Marceline Loridan-Ivens

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Xavier, Inara Teles [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/310931
Resumo: A presente tese trata das memórias de autoria feminina de seis sobreviventes francesas da Segunda Guerra Mundial: Charlotte Delbo, Francine Christophe, Ginette Kolinka, Julia Wallach, Simone Veil e Marceline Loridan-Ivens. Conhecemos a Guerra, em geral, por meio das histórias contadas por homens. Sabe-se, a partir de estudos, que “a experiência masculina, tanto na história como na literatura, era a experiência do holocausto” (Goldenberg, 1998). Descobrimos os feitos heróicos, os vencedores e os perdedores do conflito, algumas datas significativas, mas pouco se conhece sobre o que a guerra causou na vida dos civis que a viveram pelo lado de dentro: os mais vulneráveis, as minorias e, no nosso caso, as mulheres. As escritas femininas da Shoá nos permitem compreender que as mulheres passaram por sofrimentos distintos daqueles vividos pelos homens. Não se trata de dizer que sofreram mais, mas sim de reconhecer que ainda são necessários muitos estudos que analisem esses escritos, muitas vezes, deixados à margem dos cânones literários. Portanto, essa pesquisa se organiza da seguinte forma: no primeiro capítulo, apresentamos um breve resumo do contexto histórico e introduzimos as seis autoras, demonstrando como a imprensa divulgou as suas histórias, já que há poucos trabalhos científicos sobre elas e suas obras. No segundo capítulo, discutimos os seis livros selecionados para esta tese, analisando também como os blogs de leitores os repercutiram, considerando o papel relevante que esses espaços ocupam na divulgação literária na França. Além disso, identificamos e analisamos os pontos de convergência entre as características mais recorrentes da autoria feminina da Shoá que se destacam nesses escritos. No terceiro capítulo, à luz dos estudiosos e escritores, tais como, Michel Foucault (1969), Walter Benjamin (1987), Phillippe Lejeune (1998), Myrna Goldenberg (1998), Roland Barthes (2004), Paul Ricoeur (2007), Márcio Orlando Seligmann-Silva (2008), entre outros, analisamos o livro Et tu n’es pas revenu (2018), de Marceline Loridan-Ivens, no qual a autora escreve ao pai, que não voltou da guerra, sobre tudo o que sua família e ela viveram com a ausência dele. A partir desta análise, compreendemos com clareza porque algo sequer semelhante não pode jamais voltar a acontecer.