Crítica da função social do microcrédito: ideologia do empreendedor e empoderamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santiago, Carlos Otávio [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/193449
Resumo: Esta tese procura desenvolver os conceitos de empreendedor e de empoderamento e associá-los ao incentivo de tomada de microcrédito para que este tenha uma função social, qual seja a de erradicar a pobreza e o desemprego. Desenvolvemos a hipótese de que a utilização do conceito de empreendedor e empoderamento são aspectos ideológicos que não cumprem com os objetivos do microcrédito de possuir uma função social e de erradicar a pobreza e o desemprego. Para isso, descrevemos historicamente o desenvolvimento do conceito de empreendedor e o associamos à concepção de Schumpeter sobre o termo para poder situá-lo no campo científico. O mesmo método é utilizado para o empoderamento, partindo das lutas por direitos civis dos negros norte-americanos e da etimologia da palavra empowerment para apresentar a hipótese de que o termo empoderamento, em suas mais diversas versões, nada tem de emancipação e autonomia, como pregam seus utilizadores (governos e movimentos sociais). Para isso, associamos o conceito de empowerment ao de conscientização desenvolvido por Paulo Freire para apresentar o aspecto ideológico do empoderamento. A literatura sobre microcrédito no Brasil não permite uma análise crítica e realista, ou seja, de acesso a crédito por parte daqueles que são classificados como vulneráveis sociais, “novos pobres” e pobres. Destarte, quanto se associa o acesso ao microcrédito como forma de empreendedorismo e empoderamento, governos e movimentos sociais apenas usam de uma retórica ideológica para manter a tensão poder/impotência entre os que oferecem a solução e aqueles que dela necessitam. Por fim, a hipótese de que não existe uma função social do microcrédito pautado no empreendedor e empoderamento é apresentada.