Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Zioli, Miguel [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/103130
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Resumo: |
Em tempos de guinada subjetiva no território das ciências humanas, Beatriz Sarlo lembra que vozes marginais em modos de narração antes ignorados, como os diários e as memórias, demandam novas exigências de métodos. Consideradas durante muito tempo pelos historiadores mais tradicionais como documentos pouco objetivos, as chamadas “narrativas do eu”, como memórias, autobiografias, diários, cartas, relatos de viagens, entre outros, têm atraído a atenção dos historiadores como fonte da história. Paul Ricoeur, em A memória, a história e o esquecimento, sugere um novo olhar para esse material. Segundo o pensador francês, é fato que toda memória individual ganha forma na memória coletiva. A novidade de sua reflexão, entretanto, está na introdução de um terceiro conceito que ele denomina os próximos: uma espécie de filtro entre a memória pessoal e a coletiva. Esses próximos seriam representados pela família, pela escola, pela geração, pelo grupo de sociabilidade, pelos amigos ou pelas leituras que contribuem para que o próximo seja uma réplica da amizade, a philia, a meio caminho entre o indivíduo e o cidadão. Inspirado por essas questões, o presente trabalho propõe uma leitura das Memórias do jornalista Paulo Duarte (1899-1984) publicadas em dez tomos entre 1974 e 1980, tomadas como fonte da história. Advogado, editor, tradutor, professor universitário, enólogo, ao transfigurar-se em memorialista Paulo Duarte narrou sua formação intelectual, as atividades políticas e culturais das décadas de 1920 e 1930, em especial os bastidores da criação do Departamento de Cultura de São Paulo, sua atuação na Assembléia Legislativa paulista, os dois períodos de exílio e a intransigente oposição ao governo Vargas. Esses escritos memorialísticos travam com as memórias produzidas por seus contemporâneos uma batalha simbólica pelo passado... |