Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Silva, Cristina Mascarenhas da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/255032
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Resumo: |
O objetivo desta tese é a discussão sobre a perspectiva literária que atuou sobre o processo de mitificação do Padre José de Anchieta, notadamente com foco na obra Orfeu Brasílico, documento que homenageou o padre na ocasião de recebimento do título de Venerável, numa sessão acadêmica, com composições que imitavam os modelos de escrita greco-romana, escritas integralmente em latim. O texto foi editado e organizado pelo professor de retórica da Companhia de Jesus da Bahia, o Pe. Francisco de Almeida. O festejo ocorreu em 1736 e a publicação saiu em 1737, em Lisboa, patrocinada por Mauro de Almeida, pai do organizador. A importância do tratamento de Anchieta como mito se legitima pelo fato de, naquele momento e mesmo com sua canonização consumada em 2014, havia pouca comprovação de milagres, por isso o uso do recurso de passagem do místico para o mítico, lendário, dessa forma o texto poético, por ser a gênese do mito, adequa-se a esse propósito. A edição sobre a qual perfez esse trabalho foi a publicada em 1998 fac-similar pelo professor Sebastião Tavares Pinho, da Universidade de Coimbra. Pinho e sua equipe analisaram dois exemplares, um encontrado na Biblioteca da Academia de Ciências de Lisboa e o outro na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, porém a de Lisboa estava mais conservada e a partir dela que foi publicada a edição coimbrã. Para fundamentar essa proposta, considera-se que o documento surgiu de uma Ordem que já nasceu letrada, que construiu colégios e dominou universidades mundo a fora, além de a tipografia massivamente ter sido dominada pela Igreja Católica. Além disso, realizaram-se leituras de hagiografias e cartas encontradas em bibliotecas brasileiras (de modo on-line), com finalidade de compreensão do Anchieta persona (memória dos poetas) e o histórico; esses estudos se basearam ainda no prefácio da edição fac-similada, em que a professora Maria Aparecida Ribeiro afirma a influência de duas obras, a do Pe. Paternina e a do Pe. Simão de Vasconcellos, de onde os inacianos retiraram os argumentos para as suas criações. Como fundamentação, Anchieta é o mito alegórico, muito similar ao que ocorreu em Os Lusíadas, em que a história do país foi cantada de forma literária. Com o uso de uma escrita aguda, o livro pode ser considerado academicista. |