A implantação de grandes indústrias de capitais nacionais e internacionais na cidade pequena de Extrema (MG): processos, fatores e agentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Oliveira, Elias Mendes [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/166409
Resumo: A compreensão das mudanças recentes na repartição geográfica das unidades produtivas demanda a abordagem multiescalar dos eventos que condicionam a dinâmica locacional das indústrias nas diferentes escalas geográficas. Na escala global, a internacionalização do capital e da produção, a reestruturação produtiva das empresas e a globalização acentuaram a disjunção espacial do processo produtivo e possibilitaram a conformação de circuitos espaciais de produção e de círculos de cooperação coordenados pelas multinacionais. Simultaneamente, a desconcentração industrial e a guerra fiscal dos lugares integraram novas áreas ao processo produtivo, modificando o padrão regional de distribuição das indústrias no Brasil. Tais processos aprofundaram a divisão territorial do trabalho da indústria na direção de algumas cidades pequenas brasileiras, tradicionalmente concebidas como últimos elos na transição urbano-rural e associadas às atividades agrícolas. Nesse sentido, a implantação de grandes indústrias nacionais e internacionais em Extrema, nas últimas décadas, revela a complexidade crescente das relações e do espaço industrial no Brasil. De modo geral, os grandes investimentos da indústria foram motivados pela localização estratégica da cidade, às margens da Rodovia Fernão Dias (BR 381), pelos baixos salários e pelos esforços de diversos agentes sociais - Governo de Minas Gerais, Prefeitura Municipal de Extrema, sindicato patronal etc. – na criação de condições propícias para o desenvolvimento industrial no município. Na prática, esses fatores locacionais contribuem para a reprodução ampliada dos capitais da indústria, porque reduzem os custos das fases mais padronizadas da produção, como a transformação e a montagem industrial. Assim sendo, a emergência de Extrema como lócus da produção propriamente dita de grandes indústrias revela a capacidade dos agentes hegemônicos de proceder ao uso corporativo do território no atual estágio de desenvolvimento das forças produtivas e das relações sociais de produção. Entre os principais efeitos do atual ciclo de crescimento industrial em Extrema destacam-se: a diversificação econômica, a expansão demográfica e urbana, a elevação da capacidade tributária, os movimentos migratórios (êxodo rural, deslocamentos pendulares e inter-regionais), o acréscimo de centralidade na rede urbana, o aumento da especulação imobiliária, a sobrecarga nas infraestruturas e serviços urbanos e a elevação dos custos médios de vida. Os principais procedimentos metodológicos utilizados no desenvolvimento desta investigação científica foram: revisão bibliográfica de temas como industrialização e cidades pequenas, levantamento e análise de dados primários e secundários sobre a economia, a demografia e o uso industrial do território em Extrema, aplicação de entrevistas semiestruturadas junto ao Poder Público Municipal, aos sindicatos dos trabalhadores e ao sindicato patronal das indústrias e formação de acervo cartográfico e fotográfico dos espaços industriais no município.