Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Barbosa, Gabriel Gonzalez |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/244067
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Resumo: |
A fauna da Bacia Bauru (Cretáceo Superior, Brasil) é uma das mais diversas dentre os registros continentais desta época. Este abundante registro indica uma cadeia alimentar complexa com táxons de vertebrados em vários dos níveis tróficos deste ecossistema. Dentre os grandes predadores desta Bacia, se destacam os Crocodyliformes Notosuchia, pela sua abundância e pela qualidade de preservação dos fósseis conhecidos. A diversidade morfológica conhecida para estes crocodiliformes na Bacia Bauru indica que este grupo ocupava diferentes habitats. Outro grupo de predadores que estão presentes nesta Bacia são os dinossauros Theropoda. Entretanto, a maior parte dos materiais conhecidos do grupo são dentes e elementos esqueletais isolados. Estudos com foco na paleoecologia destes grupos e suas relações são escassos ou limitados a trabalhos descritivos. Em busca de melhores informações sobre a paleoecologia destes grupos predadores da Bacia Bauru, este projeto utilizou a combinação de duas técnicas que vem sendo incorporadas na paleontologia nos últimos anos, a Análise de Elementos Finitos (FEA) e a Análise de Micro-estrias de desgaste, com o objetivo de reconhecer diferentes tipos de estratégias de abate, tipos de presas e de realizar comparações das performances in sílico nas coroas dentárias analisadas. Esta combinação de técnicas foi aplicada a dentes de quatro grupos de predadores, dois dentre os Crocodyliformes Notosuchia (Baurusuchidae e Peirosauridae) e dois dentre os dinossauros Theropoda (Abelisauridae e Noasauridae). No resultado geral de FEA, os dentes de Baurusuchidae, Pissarrachampsa sera e Peirosauridae apresentaram uma boa performance nos testes, junto com Abelisauridae, que apresentou a melhor performance em todos os cenários testados dentre todos os materiais analisados. O dente do dinossauro Noasauridae e Aphaurosuchus escharafacies (Baurusuchidae) apresentaram as piores performances, indicando que estes dois últimos táxons, provavelmente, teriam dentes mais propícios a falhar do que os outros dentes testados. Os resultados indicam que Baurusuchidae e Abelisauridae poderiam disputar os mesmo recursos e hábitats entre si. A análise mais detalhada (FEA e Micro-estrias de Desgaste) para Abelisauridae indica um resultado inédito em que esta espécie apresenta dentes capazes de suportar o estresse de morder e puxar as presas. Entre os Notosuchia, os Baurusuchidae não competiam por recursos entre si, pois os resultados de FEA destes materiais são bem díspares. No Peirosauridae analisado, os resultados mostraram que o dente deste táxon suporta um hábito alimentar de morder e segurar a sua presa, suportando presas maiores, assim como observado em Crocodyliformes viventes. Em relação a Noasauridae, os resultados corroboram as hipóteses levantadas na descrição original de Vespersaurus paranaensis, de que esta espécie se alimentava de invertebrados, pequenos vertebrados ou carcaças. Estes resultados inéditos corroboram com estudos sobre a paleoecologia destes grupos analisados, em que Baurusuchidae e Abelisauridae seriam grandes hipercarnívoros e predadores terrestres. Peirosauridae que tendem a ter um hábito semiaquático também poderiam predar grandes presas e Noasauridae sendo um táxon terrestre com hábitos mais generalista, predando menores presas. |