Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Portilho, Fábio Vinícius Ramos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/192839
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Resumo: |
O estreitamento da relação entre tutores e animais de companhia, nas últimas décadas, aumentou consideravelmente o risco de transmissão de patógenos dos animais para os humanos. A microbiota da cavidade oral de animais de companhia é polimicrobiana e estes agentes podem potencialmente infectar humanos pelas mordeduras ou contato direto com mucosas ou feridas de pele. No entanto, são escassas as informações sobre a identificação destes micro-organismos por técnicas moleculares (microbioma, proteômica). Ainda, o perfil de sensibilidade microbiana in vitro da microbiota bacteriana bucal de cães e a etiologia dos agentes envolvidos em mordeduras em humanos não são completamente elucidados, posto que muitos cães são errantes e evadem após a agressão. Com efeito, o presente estudo investigou a presença de agentes de origem bacteriana e fúngica na cavidade oral de 100 cães hígidos por técnicas de cultivo microbiano convencional, sequenciamento genético em larga escala (microbioma) e espectrometria de massas (MALDI-TOF MS), bem como investigou o perfil de sensibilidade/resistência in vitro dos isolados. Foram identificados 213 micro-organismos de origem bacteriana e 20 de origem fúngica. Os agentes bacterianos mais prevalentes no diagnóstico microbiológico e espectrometria de massas foram Staphylococcus pseudintermedius (40/100=40%), Streptococcus α-hemolítico (37/100=37%) e Pasteurella stomatis (22/100=22%). O gênero de fungo mais prevalente foi Aspergillus (10/100=10%). Imipenem (207/213=97,2%), ceftiofur (196/213=92%) e amoxicilina/ácido clavulânico (194/213=91,1%) foram os antimicrobianos mais eficazes, enquanto a maior resistência dos isolados foi observada com o uso de sulfametoxazol/trimetoprim (77/213=36,1%), penicilina (75/213=35,2%) e azitromicina (48/213=22,5%). Multirresistência bacteriana foi identificada em 18,8% dos isolados (40/213), além da detecção do gene de resistência mecA em três isolados (3/49=6,1%) de estafilococos coagulase-positivos, sendo um S. aureus. e dois S. pseudintermedius. No sequenciamento em larga escala foram identificados predominantemente os gêneros Porphyromonas (32,5%), Moraxella (16,3%), Fusobacterium (12,8%) e Conchiformibius (9,5%), seguidos em menor frequência por Bergeyella (5%), Campylobacter (3,8%) e Capnocytophaga (3,4%). Alta complexidade de micro-organismos foi identificada na microbiota oral de cães aparentemente hígidos, incluindo agentes de potencial zoonótico. Ainda, os isolados revelaram alta multirresistência aos antimicrobianos convencionais, sendo um problema emergente em saúde pública. No geral, a natureza polimicrobiana da microbiota oral de cães e a multirresistência dos patógenos aos antimicrobianos convencionais reforçam o risco potencial de lesões contaminadas causadas por mordeduras de cães em humanos e a necessidade de tratamento dessas lesões com base na identificação etiológica e perfil de sensibilidade antimicrobiana dos isolados. |