Nível de atividade física de indivíduos com dor femoropatelar e suas associações com parâmetros biomecânicos, clínicos e psicológicos: um estudo prospectivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Garcia, Carmen Lucia Gomes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/255522
Resumo: O nível de atividade física é um fator importante a ser considerado em indivíduos com dor femoropatelar (DFP), pois estes podem apresentar redução nos níveis de atividade física quando comparados a indivíduos assintomáticos. Além disso, o nível de atividade física pode estar associado a níveis aumentados de dor, incapacidade funcional, cinesiofobia e maior número de alterações biomecânicas nessa população. Acredita-se que a persistência e/ou recorrência da dor a longo prazo durante a execução de atividades funcionais possa influenciar de maneira negativa os níveis de atividade física em indivíduos com DFP. Nesse sentido, investigar o nível de atividade de indivíduos com DFP ao longo do tempo se faz importante, assim como, identificar fatores sejam estes biomecânicos, clínicos e psicológicos que podem ter efeito sobre o nível de atividade física destes indivíduos. Os objetivos gerais do presente estudo foram investigar se indivíduos com DFP modificam seus níveis de atividade física e verificar o efeito de parâmetros biomecânicos, clínicos e psicológicos sobre o nível de atividade física destes indivíduos a longo prazo. As coletas de dados baseline e follow-up foram realizadas em um intervalo de 24 meses. As avaliações foram divididas em dois dias, no primeiro foram coletados dados antropométricos, medidas autorreportadas (nível de atividade física, parâmetros clínicos e psicológicos) e avaliação dos parâmetros biomecânicos durante forward step down test, no segundo dia foram coletados os dados de torque muscular de extensores de joelho e abdutores de quadril. O Teste t para amostras pareadas foi utilizado para comparar o nível de atividade física entre os períodos (baseline e follow-up) e equações estimadoras generalizadas (GEE) para medidas repetidas, foram utilizadas para estimar o efeito das variáveis (pior nível de dor no último mês, função autorreportada, cinesiofobia, catastrofismo, torque máximo extensor de joelho, torque máximo abdutor de quadril; pico e ADM de abdução de joelho e adução de quadril; pico dos momentos extensor e abdutor de joelho) e do tempo sobre o nível de atividade física. Não foram identificadas diferenças significativas entre o nível de atividade física (t = 1,003; p > 0,05), atividade física ocupacional (t = 0,897; p > 0,05), exercício físico no lazer (t = 0,365; p > 0,05) e atividade física no lazer e de locomoção (t = 0,708; p > 0,05), entre os períodos analisados. Foram demostrados efeitos significativos nas interações entre tempo e dor (WCS: 0,63; p < 0,05), tempo e função (WCS: 4,58; p < 0,05), tempo e cinesiofobia (WCS: 4,83; p < 0,05) e torque máximo isométrico (WCS: 0,44; p < 0,05) e excêntrico (WCS: 8,70; p < 0,01) dos extensores de joelho. Estes achados sugerem que indivíduos com DFP não modificaram seus níveis de atividade física após 24 meses. E que a dor, função, cinesiofobia e os torques máximos isométrico e excêntrico dos músculos extensores de joelho apresentam efeito sobre o nível de atividade física destes indivíduos ao longo do tempo. Abordar estes aspectos na avaliação e tratamento da DFP parece importante a fim de reduzir os efeitos deletérios no nível de atividade física e qualidade de vida dessa população.