Anatomia de espécies brasileiras de Eriocaulaceae: Comanthera e Syngonanthus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Dugarte, Blanca Auxiliadora Corredor [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/132880
Resumo: Dentre as Eriocaulaceae (sempre-vivas) brasileiras, alguns representantes de Comanthera e Syngonanthus são os mais comercializados e utilizados na ornamentação e constam da lista brasileira de espécies ameaçadas de extinção. Essas plantas crescem nos campos rupestres, sob situações climáticas adversas. Estudos taxonômicos e filogenéticos de Comanthera subg. Comanthera indicam falta de dados para maior suporte ao subgênero e nomeiam clados na distribuição das espécies. Procurando auxiliar a taxonomia e filogenia do grupo, bem como interpretar as adaptações ao ambiente e fornecer dados para futuro manejo, estudou-se aspectos da morfologia e anatomia de 24 espécies de Comanthera (envolvendo as espécies do clado “V”, “U” e “X”) e de Syngonanthus nitens. As espécies do clado “V”: Comanthera brasiliana, C. brunnea, C. caespitosa, C. magnifica e C. suberosa apresentam germinação e desenvolvimento pós-seminal mais rápido (< 7 dias) do que as demais Eriocaulaceae, e crescem em solo quartzítico pobre em nutrientes, cuja água escoa rápido. Apresentam envoltório seminal com projeções da endotesta com formas diferentes que são úteis para separar as espécies. O levantamento de estruturas anatômicas de folhas e escapos dessas espécies como: tipo de câmara subestomática, estrutura da margem foliar e número de feixes vasculares indicam agrupamentos entre elas e servirão para a sustentação do clado filogenético em que estão inseridas. Estruturas anatômicas como: presença de células de paredes espessadas, de hipoderme e parênquima clorofiliano compacto são respostas adaptativas à escassez hídrica, ventos fortes e radiação excessiva, presentes nos campos rupestres. As espécies de Comanthera subg. Comanthera que ocorrem na Bahia (nove espécies - clado “X”) e Minas Gerais (10 espécies - clado “U”) apresentam estruturas anatômicas de folhas e escapos como: células epidérmicas de paredes espessadas, estômatos com câmaras subestomáticas simples e presença de hipoderme, com similaridade alta, que é interpretada como resposta adaptativa às condições ambientais e não refletem relações de parentesco entre elas. Para Syngonanthus nitens (capim-dourado), comprimento e espessura de folhas e escapos; espessura das paredes das células epidérmicas, quantidade de camadas de células da hipoderme e tipo de parênquima clorofiliano definem os morfotipos “douradinho” e “douradão” utilizados no artesanato do Jalapão-TO. A maior quantidade de colênquima do que de esclerênquima no córtex do escapo do morfotipo “douradão” torna-o mais flexível e é usado na confecção de peças maiores (cestos, bolsas, etc.). Raízes com córtex que acumulam ar, epiderme e hipoderme foliares constituídas por células de paredes finas e mesofilo frouxo são respostas adaptativas dos morfotipos ao solo encharcado onde crescem.