Distribuição de registros ortográficos de crianças com transtorno fonológico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Guilherme, Jhulya [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/257451
Resumo: Este estudo se inscreve no campo fonoaudiológico – na perspectiva linguística. O ponto de partida vem dos achados de Guilherme (2020). Estruturamos duas perguntas de pesquisa: (i) haveria um padrão de distribuição dos registros não convencionais na ortografia de crianças com diagnóstico de transtorno fonológico?; e, (ii) se sim, como se organizariam em termos de gradiência? Para responder a estas perguntas, formulamos duas hipóteses: (i) os registros ortográficos não convencionais mais recorrentes seriam as substituições ortográficas fonológicas; e (ii) eles mostrariam a frequência de registros ortográficos não convencionais em termo de gradiência no que diz respeito à complexidade ortográfica na escrita de crianças com transtorno fonológico, dentro do que se espera para o processo de escrita, em seu plano ortográfico, de crianças tidas como típicas. Em consonância com essas hipóteses, os objetivos da investigação foram: (1) descrever o padrão da distribuição dos registros ortográficos não convencionais na escrita de crianças com transtorno fonológico; e, (2) verificar se a frequência dos registros ortográficos não convencionais na escrita de crianças com transtorno fonológico corresponderia a uma escrita mais próxima ou mais distante do acerto em termos de gradiência. A proposta do presente estudo foi investigar o padrão de distribuição de registros não convencionais na escrita das crianças com transtorno fonológico, bem como observar a gradiência desses registros entre si, já que há inconsistência e escassez no que diz respeito a essa temática na literatura. Foi realizada avaliação com o instrumento PERCEFAL (BERTI, 2017), adaptado para a ortografia, do registro de grafemas que remetiam a fonemas das classes consonantais das fricativas, oclusivas, líquidas e nasais. A análise se baseou em registros ortográficos não convencionais de 10 crianças com “transtorno fonológico” – totalizando 940 dados. Foi realizado o cálculo da Porcentagem dos Grafemas Corretos e a classificação dos erros segundo sua gradiência (CHACON; PEZARINI, 2018). Para análise estatística dos resultados, foram utilizados a ANOVA de Friedman e o Teste de Wilcoxon. Os resultados mostraram ranqueamento da gradiência, sendo as substituições fonológicas dentro de classe e fora de classe, respectivamente, as que apresentaram maior concentração de registros não convencionais, em relação a outros tipos desses registros. Dois planos de organização dessa distribuição detectaram nela uma tensão: aquela entre a menor (a que prevaleceu) e a maior distância dos registros ortográficos não convencionais em relação ao acerto. Concluiu-se que os registros ortográficos não convencionais das crianças analisadas se mostraram semelhantes àqueles, destacados pela literatura, presentes na escrita de crianças sem o diagnóstico de transtorno fonológico. Desse modo, não é a qualidade dos erros, em sua gradiência, que permite traçar uma linha divisória entre a escrita de crianças com e sem esse diagnóstico.