Louvor e distinção no Brasil colonial: as façanhas virtuosas da nobreza nos séculos XVII e XVIII

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Santos, Clara Braz dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/210887
Resumo: Em meados do século XVII e na primeira metade do XVIII, clérigos, religiosos e moralistas, letrados que possuíam grande papel sociocultural no Brasil colonial, produziram uma série de escritos edificantes que tinha como eixo as condutas caras à nobreza católica. Diversos foram os elogios, os sermões, os livros de devoção e de moral escritos para os habitantes dos trópicos, que trataram das façanhas virtuosas dos principais representantes da nobreza luso-brasileira – reis, vice-reis, governadores, donas ou suas parentes mais próximas, arcebispos e bispos – com o intuito de convencer os fiéis do Novo Mundo, sobretudo os nobres, a evitar os pecados e a agir conforme seus estados, para, então, garantirem a salvação de suas almas após a morte. Nesse Brasil de outrora, católico, hierárquico e constituído por diversas sortes de gentes, as distinções sociais eram naturalizadas, nomeadamente a clivagem entre nobres e plebeus. Os mais distintos eram considerados os melhores e deveriam ser os mais virtuosos e piedosos para que a ordem do mundo fosse garantida. No entanto, a frequente procura dos colonos por mercês régias após as guerras com os holandeses e as entradas no interior em busca de riquezas minerais não foi vista com bons olhos pelos letrados da época, e, provavelmente, impactou na difusão de determinados valores em seus escritos. A tese parte da suposição de que os escritos edificantes se constituíram como guias de condutas no Brasil colonial, em um momento em que as possibilidades de servir ao rei e ser agraciado com honras ampliavam-se nos trópicos, tornando-se fundamental moralizar os costumes, garantir a ordem e fixar condutas nobiliárquicas. Tendo isso em vista, o propósito da pesquisa será analisar, mediante o exemplo das façanhas virtuosas de homens e mulheres tidos por ilustres nos Seiscentos e Setecentos, o conteúdo desse código de conduta nobiliárquico veiculado nos escritos edificantes, com o intuito de compreender quais valores morais deveriam pautar as ações dos nobres e serem difundidos por eles aos demais habitantes do Brasil.