“Tenho gatilhos e tambores”: impasses estéticos e engajamento político nas canções de Sérgio Ricardo (1958 - 1967)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Oliveira, Mariana Bueno de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/157168
Resumo: A presente pesquisa aborda o engajamento da bossa nova por meio da análise da obra fonográfica de Sérgio Ricardo, momento de impasses de uma geração de artistas que se debateu no limiar do engajamento artístico, da politização das artes e da emergência de uma indústria cultural no Brasil. Temos no período um projeto desenvolvimentista que contempla grande parte da classe média no Brasil, dessa mesma classe média surge um grupo de artistas e intelectuais que estão completamente relacionados com uma dimensão ideológica e política produzida em décadas anteriores, anos 1920, 1930 e 1940 (como o modernismo cultural, literatura regional, etc.) e usam da arte para tematizar questões que a política não consegue resolver. Sérgio Ricardo é um desses artistas que se sensibilizam com essas questões da realidade nacional, dos problemas da desigualdade social, da pobreza, mas eles não são oriundos dessa classe pela qual se sensibilizam. Demonstraremos como a obra de Sérgio Ricardo reflete, concomitantemente, uma síntese e um desajuste fecundo no processo de politização da arte e do artista na passagem das décadas de 1950 e 1960, tendo como referência a questão do nacional-popular e o engajamento de intelectuais e artistas contra a ditadura militar instaurada em 1964. Sérgio Ricardo demonstra através de suas canções que é possível assumir a vertente da bossa nova Nacionalista sem abandonar as formalidades estéticas da bossa nova Intimista. Aproximou-se dos músicos populares, mas nunca negou a influência do jazz ou da música erudita, dialogou com as raízes da música popular brasileira sem abdicar da qualidade poético-musical da bossa nova.