Termotolerância foliar em espécies de formações savânicas e florestais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: da Silva, Bianca Helena Porfírio [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/210923
Resumo: O aumento da temperatura causado pelas recentes mudanças climáticas vem afetando a estrutura e o funcionamento de ecossistemas tropicais segundo dados do IPCC. O aumento da temperatura média dos trópicos demonstra que plantas desses sistemas serão expostas a temperaturas acima da faixa ótima para certas funções fisiológicas, especialmente as taxas fotossintéticas, acarretando assim danos às espécies que não possuem características que confiram termotolerância. O Cerrado é um ecossistema tropical savânico extremamente diverso, que tem passado por dinâmicas sucessionais, como a invasão de espécies típicas de formações florestais, que são favorecidas na ausência de episódios de fogo. Em áreas no interior do estado de São Paulo frequentemente encontramos transições entre formações florestais da Mata Atlântica (floresta estacional semidecidual) e de Cerrado (cerradão) dividindo a paisagem com formações savânicas. Diante do novo cenário ambiental de aquecimento global e levando em consideração as projeções futuras, espécies florestais podem estar sendo desfavorecidas pelo aumento da temperatura, já que em períodos quentes e secos espécies florestais não são capazes de avançar sobre sobre áreas savânicas. O presente estudo objetivou comparar a termotolerância de espécies arbóreas do cerrado típico e de duas formações florestais (cerradão e floresta estacional semidecidual) expostas à altas temperaturas e quais aspectos morfológicos e fenológicos (perenes x decíduas) dessas espécies poderiam estar relacionados a termotolerância, testando se espécies típicas de savanas seriam mais termotolerantes que as espécies presentes em formações florestais, o que ajudaria a conter a expansão florestal dentro de ambientes savânicos. Os resultados obtidos evidenciaram que espécies de formações de cerrado típico e de cerradão não diferem na sua capacidade de termotolerância (49,80±0,49°C e 49,71±0,71°C, respectivamente), porém o hábito foliar está fortemente relacionado a capacidade de tolerar altas temperaturas. Espécies perenes, independentemente de sua origem (cerrado típico x cerradão), se mostraram mais termotolerantes que as espécies decíduas. As espécies tropicais de floresta estacional apresentaram a mesma termotolerância que espécies de cerrado típico (47,78±0,51°C e 49,36±0,59°C, respectivamente), indicando que somente a temperatura não afetará as dinâmicas de fronteira desses dois ecossistemas. Os resultados obtidos neste estudo fornecem informações importantes sobre a ecofisiologia de espécies do sistema savânico e florestais frente às elevações na temperatura média global impostas pelo aquecimento global.