Narrativas de resistência: história de vida de uma educadora com deficiência visual e seus constructos no ensino de ciências e biologia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Flores, Andrezza Santos [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/257989
https://orcid.org/0000-0002-6559-3738
https://orcid.org/0000-0003-2577-9885
Resumo: A inclusão está alicerçada na constituição, legislações e atos normativos que garantem o direito a todos pela escolarização, perpassando pelas modalidades de ensino que culminam na educação superior. Todavia, pouco se sabe da trajetória de vida das pessoas com deficiência em contextos laborais. Com isso, a presente pesquisa teve como objetivo realizar um estudo retrospectivo visando: analisar a história de vida de uma educadora com deficiência visual (DV), entrelaçando suas potencialidades e desafios em meio aos seus constructos no ensino de Ciências e Biologia na perspectiva do Desenho Universal para Aprendizagem (DUA). Nessa conjuntura, além de pertinente, é necessário tecer reflexões inerentes a sua atuação como docente no Atendimento Educacional Especializado (AEE) e como Gestora Escolar, visto que os conhecimentos transcendem a sala de aula, possibilitando que todos os setores, inclusive a equipe gestora, enquanto facilitadora do processo de inclusão escolar, considerem as características de cada um, ou seja, os diferentes estilos e ritmos de aprendizagem. Posto isto, trata-se de uma pesquisa narrativa, com investigação de natureza qualitativa, no viés da abordagem descritiva e interpretativa do contexto, bem como pesquisa participante. Para o estabelecimento dos demais participantes da pesquisa foi utilizada a abordagem Snowball Sampling (Amostragem “Bola de Neve”), contando com a participação da vice-diretora, coordenadora pedagógica, professoras de Ciências e Biologia, professor de Língua Portuguesa, estudante da sala de recursos, mãe da estudante e autora da pesquisa, correspondendo na participação de duas escolas, indicadas como A e B. Dessa forma, para a coleta de dados foram realizadas individualmente entrevistas semiestruturadas, as quais permitiram a análise das narrativas bibliográficas. Com isso, os resultados foram apresentados depreendendo de categorias temáticas, de acordo com as memórias explicitadas pelos participantes, tendo como base o hipocampo, área localizada no cérebro importante para memorização. Os resultados indicam elementos que permeiam as vivências correspondentes às práticas pedagógicas como docente do AEE e diretora, atrelado aos princípios do DUA no ensino de Ciências e Biologia, permeando às diretrizes de representação, engajamento, ação e expressão, bem como o desvelo em ambientes inclusivos, mesmo que de forma incipiente. Por outro lado, a ausência de acessibilidade para a cumprir com êxito suas prerrogativas foram evidenciadas em ambos os cargos, porém de uma maneira mais acentuada como gestora escolar devido à intolerância de alguns docentes, se destacando o uso de termos pejorativos e descrença da capacidade para executar seu trabalho. É precípuo destacar que a inclusão é um terreno fértil, não sendo restrita ao contexto educacional, carecendo de políticas públicas revisadas e efetivadas com acessibilidade, pois a conquista do cargo não supre as barreiras atitudinais para a execução equânime do ofício.