Produtividade e qualidade do algodão em função da adubação nitrogenada sob restrição luminosa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Raphael, Juan Piero Antonio [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/182454
Resumo: A limitação de luz reduz a produtividade do algodoeiro (Gossypium hirsutum L.). Não há, porém, indicações do efeito de doses de N sobre plantas nessa condição. O objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho agronômico da cultura do algodoeiro em função da adubação nitrogenada sob restrição luminosa. Quatro experimentos de campo foram conduzidos para avaliar a produtividade, os componentes de produção, a distribuição de capulhos e a qualidade da fibra durante os anos de 2016 e 2017 no Brasil: Primavera do Leste/MT (I); Itapeva/SP, em áreas não irrigada (II) e irrigada (III); e Chapadão do Sul/MS (IV). Nos experimentos III e IV, estudou-se também a precocidade das plantas a partir da distribuição da produção de capulhos segundo a escala fenológica. Em todos os experimentos, sombreamento foi imposto no início do florescimento, mantendo-se uma tela de cor preta (42% de redução de radiação global) sobre as plantas por um período entre 16 e 25 dias dependendo do experimento; e foram realizadas duas adubações de N em cobertura, uma durante a fase dos primeiros botões florais e outra no início do florescimento. Nos experimentos I, II e III, testaram-se as doses de N em cobertura de 0, 60, 120 e 180 kg ha-1 em combinação com presença ou ausência de sombreamento, em delineamento de blocos ao acaso em esquema fatorial 2 x 4. No experimento IV, os cultivares FM 983 GLT (de ciclo tardio) e EB 1405 GLT (de ciclo precoce) foram testados nas doses de N em cobertura de 0, 80 e 160 kg ha-1, na presença ou ausência de sombreamento, com delineamento de blocos ao acaso e esquema fatorial 2 x 3 x 2. O sombreamento diminuiu a produtividade de fibra em 10,1 e 11,6% nos experimentos I e IV, como resultado da redução do número de capulhos no terço inferior de 24,0 e 31,8%, respectivamente. No experimento II, não houve efeito do sombreamento sobre a produtividade final de fibra nem sobre a distribuição de capulhos nas plantas. No experimento III, as plantas foram muito responsivas ao N, e o sombreamento reduziu a produtividade de fibra apenas na ausência de adubação, em 10,0%, observando-se uma diminuição de 18,6% no número de capulhos no terço inferior. O sombreamento afetou a massa média de capulho apenas em Primavera do Leste, onde resultou em aumento de 5% e, em geral, não afetou de modo consistente a qualidade de fibra. A produtividade de fibra e o número de capulhos foram aumentados até as doses de N de 60 kg ha-1 (II), 80 kg ha-1 (IV) e 120 kg ha-1 (I e III). O aumento das doses de N reduziu o índice micronaire em todos os experimentos. No entanto, não foram observados resultados consistentes para comprimento, resistência, uniformidade de comprimento e índice de fibras curtas. No experimento IV, os cultivares precoce e tardio não diferiram entre si quanto à produtividade de fibra. No entanto, EB 1405 GLT apresentou, em média, 59,3% mais capulhos no terço inferior; e FM 983 GLT, 80,7 e 63,0% mais capulhos no terço superior nas doses de N de 80 e 160 kg ha-1, respectivamente. O genótipo tardio também apresentou fibras com maior comprimento e resistência. O estudo da precocidade revelou que o sombreamento aumentou os valores de posições fenológicas até a produção em caroço cumulativa de 10 e 30% nos experimentos III e IV, respectivamente, devido à forte redução do número de frutos nos primeiros sítios de frutificação, mas não influenciou a precocidade final. A precocidade, porém, foi reduzida pelo aumento da dose de N, devido à maior produção cumulativa em sítios de frutificação tardios. De modo geral, os efeitos negativos da restrição luminosa sobre a produtividade final foram maiores na ausência de N, indicando que a adubação nitrogenada possibilita compensações parciais ou totais das perdas iniciais. Esse padrão de resposta indica que a adubação insuficiente de N leva à capacidade mais restrita da planta de recuperar-se de perdas provocadas pelo sombreamento. Por outro lado, a adubação de N em doses suficientes para altas produtividades minimiza os riscos de perdas após período de limitação de luz durante o florescimento.