Análise in vitro do extrato de citronela (Cymbopogon nardus) e de enxaguatórios bucais comerciais sobre propriedades físicas e microbiológicas de materiais utilizados na confecção de prótese tipo protocolo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Cunha, Bruno Guandalini [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/151314
Resumo: O uso de soluções enxaguatórias é uma ferramenta no controle de patologias relacionadas ao uso de próteses. A efetividade antimicrobiana e citotoxicidade de alguns enxaguatórios comercialmente disponíveis ainda são questionadas, tornando a fitoterapia uma alternativa a ser pesquisada. Sendo assim, este estudo teve como objetivos: 1) avaliar in vitro a eficácia de formulações à base do extrato de citronela (CN) em biofilmes monoespécie em formação e formado, sobre amostras de resina acrílica ativada termicamente (RAAT) e liga de níquel-cromo (LNC), contaminadas por S. aureus e C. albicans, simulando uma prótese protocolo em meio bucal, em comparação com dois enxaguatórios comerciais sem etanol (LT – Listerine Zero e CHX – Periogard sem etanol); 2) avaliar in vitro a citotoxicidade das soluções em células epiteliais HaCat, simulando o contato com os enxaguatórios por 1 min; 3) avaliar, in vitro, o efeito de enxaguatórios bucais comerciais e da solução teste à base do óleo de CN a 10,9%, na alteração de rugosidade e cor de materiais utilizados na confecção de prótese tipo protocolo, sendo eles: duas marcas de dentes artificiais (DA - Trilux e Vivodent), RAAT e LNC. A alteração de cor da LNC não foi avaliada. Para o primeiro objetivo, após a obtenção da concentração bactericida/fungicida mínima (CBM/CFM) da CN contra S. aureus e C. albicans, foram confeccionadas amostras de RAAT e LNC. A CBM/CFM da CN foi multiplicada por 5x e 10x para a formulação de dois enxaguatórios. As superfícies das amostras com o biofilme em formação (4 h de adesão) e formado (24 h) foram submetidas à ação das soluções à base de CN, Periogard sem etanol (CHX) e Listerine Zero (LT). A simulação dos bochechos foi realizada em dois momentos diferentes, sendo a primeira simulação logo após o tempo de adesão de 4 h (biofilme em formação) e 24 h (biofilme formado), e a segunda simulação, 6 h após a primeira simulação, para cada microrganismo. O ensaio de citotoxicidade das soluções foi realizado em células epiteliais HaCat, simulando o contato com os enxaguatórios por 1 min e quantificado pelo método de MTT. Para a análise das propriedades físicas, amostras dos três materiais foram distribuídas em 6 grupos (n=10), de acordo com a solução enxaguatória: GI - Saliva artificial; GII - Periogard sem etanol; GIII - Periogard com etanol; GIV - Listerine Zero; GV – Listerine Tartar Control; GVI - Solução teste à base do CN à 10,9%, sendo submetidas à imersão e agitação por 180 min, simulando bochechos diários por 6 meses. A alteração de superfície das amostras foi avaliada em rugosímetro, no qual um grupo sem imersão foi utilizado como controle (GC); e a alteração de cor, em espectrofotômetro. Como resultados da ação antibiofilme das soluções testadas, observou-se que independente da superfície, todas as soluções impediram o desenvolvimento dos biofilmes de S. aureus e C. albicans, quando aplicados no início de sua formação (4 h). Para os biofilmes formados (24 h), todas as soluções diferiram dos respectivos controles, em resina ou metal, mostrando atividade contra biofilmes de S. aureus e C. albicans. CN 5x CBM/CFM e CN 10x CBM/CFM tiveram os melhores efeitos antibiofilme, não diferindo estatisticamente entre si, independente da superfície da amostra. Ambas as concentrações de CN tiveram efeito superior à CHX e LT, independente da superfície. Para os ensaios de citotoxicidade, todas as soluções diluídas em 50 e 25% causaram citotoxicidade celular. A partir da diluição de 3,12%, todas as soluções permitiram mais de 70% de viabilidade celular. Como resultados da alteração de cor foi possível observar que todas as soluções promoveram um ΔE acima de 3,3 para RAAT, valor considerado clinicamente inaceitável. Para os DA não foi notada nenhuma diferença estatisticamente significante em relação ao grupo controle. Para a análise de superfície, a rugosidade da RAAT foi alterada somente no grupo GIV – Listerine Tartar Control, enquanto que não houve nenhuma alteração estatisticamente significante para os DA e LNC. Pode-se concluir que ambas as concentrações do enxaguatório à base de citronela tiveram os maiores efeitos antibiofilme, comparativamente às soluções comerciais sem etanol, contra S. aureus e C. albicans. Todas as soluções enxaguatórias foram citotóxicas nas suas concentrações iniciais, entretanto, após diluição seriada, considerando as concentrações dos princípios ativos dos enxaguatórios comerciais, CN teve o menor efeito citotóxico. A formulação teste à base de 10,9% de CN mostrou-se segura em seu uso como solução enxaguatória, no que se refere às propriedades físicas estudadas.